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Conimbricenses desconhecem candidatura a Capital Europeia da Cultura

Mais de metade dos munícipes de Coimbra (62%) desconhece a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027, conclui um estudo sobre a participação cultural na cidade divulgado hoje.

Conimbricenses desconhecem candidatura a Capital Europeia da Cultura
Notícias ao Minuto

18:36 - 16/11/20 por Lusa

Cultura Capital Europeia da Cultura

Apesar de a maioria desconhecer a iniciativa, os inquiridos consideram que a possibilidade de Coimbra ser Capital Europeia da Cultura é algo de muito positivo para a cidade, conclui o estudo "Práticas de Participação Cultural no Município de Coimbra", realizado por investigadores do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.

O estudo, que contou com um inquérito a 980 pessoas do município de Coimbra, foi apresentado hoje na antiga Igreja do Convento São Francisco, na cerimónia de instalação do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra (CMCC).

O inquérito, feito entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020, mostra também que a maioria não praticou qualquer atividade cultural no último mês, sendo pronunciada a diferença entre a participação de habitantes das freguesias mais centrais e das mais periféricas, com níveis de participação de 47,9% e 24,8%, respetivamente.

Claudino Ferreira, um dos investigadores que realizou o estudo, salientou que apesar de estes dados mostrarem um aparente "desinteresse e distanciamento cultural" das pessoas, não são reveladores "por si só de um desinteresse na atividade cultural", salientando ainda que a cidade de Coimbra até está um pouco melhor do que a média nacional no que toca à participação cultural.

Nos últimos seis meses à data da realização do inquérito, a maioria não tinha ido a um museu, a uma exposição de pintura, a um concerto, a um espetáculo de teatro ou de dança.

No entanto, dois terços dos inquiridos foram uma ou mais vezes a um monumento histórico ou a uma festa popular ao ar livre.

O estudo também conclui que mais de metade dos inquiridos não leu um único livro e não foi ao cinema no último mês.

O estudo mostra também que há uma maior prática cultural nas freguesias mais centrais, entre a população mais nova e mais qualificada.

Dos equipamentos culturais mais conhecidos de Coimbra, estão o Jardim Botânico, o Portugal dos Pequenitos, o Convento São Francisco, o Teatro Académico de Gil Vicente e o Museu Nacional Machado de Castro, todos com mais de 80% dos inquiridos a declararem conhecê-los.

As organizações culturais mais conhecidas são O Teatrão (48%), Orquestra Clássica do Centro (42%), Escola da Noite (37%), Jazz ao Centro Club (30%) e TEUC (27%).

Paulo Peixoto, outro dos investigadores responsáveis pelo estudo, salientou que o nível de conhecimento quer das organizações culturais quer dos equipamentos culturais é maior nas freguesias mais centrais do município.

Na cerimónia de instalação do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra, que conta com mais de 100 entidades, estiveram presentes 83 agentes, que elegeram Filipe Teixeira, da Filarmónica União Taveirense, e Cristina Faria, do Instituto Politécnico de Coimbra, os dois secretários da mesa deste órgão.

Presente no evento, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, salientou a importância da cultura como força de "afirmação dos territórios", considerando que esta será sempre "uma área privilegiada do investimento em Coimbra".

"A alma da cidade não pode ser atacada pela pandemia. A principal forma de a defender é a partir da promoção da cultura", defendeu.

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