Putin, Merkel, Sarkozy. O que diz livro de Obama sobre outros presidentes

O ex-Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revela nas suas memórias hoje publicadas retratos divertidos, e por vezes mordazes, dos seus antigos homólogos.

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© Jamie McCarthy/Getty Images

Lusa
17/11/2020 21:30 ‧ 17/11/2020 por Lusa

Cultura

Barack Obama

Um excerto das descrições de alguns deles, inseridas nas páginas do 'Uma terra prometida' (A Promise Land), o primeiro volume publicado simultaneamente em 25 línguas através do mundo.

*** Nicolas Sarkozy ***

"Sarkozy, pelo contrário, era profundamente emotivo e com observações hiperbólicas. Com a sua pele bronzeada e os seus traços expressivos, vagamente mediterrânicos (o seu pai era húngaro, a sua avó materna judia grega), e de pequena altura, (media cerca de 1,66 metros, mas usava tacões para aumentar a altura), diríamos ser um personagem saído de um quadro de Toulouse-Lautrec. Apesar de proveniente de uma família abastada, reconhecia muitas vezes que as suas ambições eram em parte alimentadas pelo sentimento de ter sido um estrangeiro durante toda a sua vida".

"As discussões com Sarkozy eram desta forma e com frequência engraçadas e exasperantes, as suas mãos em movimento perpétuo, a sua cadeira que balançava como um galo anão, o seu intérprete pessoal (ao contrário de Merkel, exprimia-se num inglês limitado), sempre ao seu lado, refletindo exaltado cada um dos seus gestos, cada uma das suas entoações, enquanto a conversa transitava da adulação à fanfarronada, sem que faltasse uma autêntica perspicácia e sem nunca se afastar do seu primeiro objetivo, por vezes disfarçado, que era situar-se no centro da ação e atribuir-se o mérito a tudo o que valesse a pena que fosse atribuído um mérito".

*** Vladimir Putin ***

"Fisicamente, não tinha nada de excecional: pequeno e musculado -- uma envergadura de lutador -- um fino cabelo louro-ruivo, um nariz saliente, os seus olhos claros e vigilantes. Enquanto trocávamos algumas civilidades, notei nele uma certa desenvoltura, uma indiferença exercida pela sua voz, indicando que tinha o hábito de estar rodeado por subordinados e solicitadores. Era um homem acostumado ao poder".

*** Benjamin Netanyahu ***

"Armado como um jogador de rugby, com um maxilar quadrado, traços volumosos e uma calvície que cobria com mechas de cabelos cinzentos, Netanyahu era inteligente, hábil, duro, e exprimia-se com fluência em hebreu como em inglês".

"Netanyahu sabia ser charmoso, ou pelo menos deferente, quando se deparava com uma vantagem".

"Mas a imagem que tinha se si próprio, a de grande defensor do povo judeu contra todas as calamidades, permitiam-lhe justificar quase tudo o que poderia mantê-lo no poder -- e, através do seu conhecimento da política e dos media americanos, estava convencido de poder resistir a todas as pressões de um governo democrata como era o meu".

*** Angela Merkel ***

"Merkel tinha grandes olhos azuis claros, nos quais podíamos ler em diversos momentos a frustração, o divertimento, ou uma suspeita de tristeza. Por outro lado, a aparência impassível refletia a sua sensibilidade pragmática e analítica".

*** Recep Tayyip Erdogan ***

"Pela minha parte, considerava o primeiro-ministro [atual Presidente da Turquia] cordial e geralmente atencioso face aos meus pedidos. Mas cada vez que o escutava, a sua longa silhueta ligeiramente arqueada, a sua voz em vigoroso 'staccato' que subia uma oitava em reação a diversos protestos ou ao que considerava como afrontas, tinha a forte impressão que o seu apego à democracia e ao Estado de direito não duraria tanto tempo quanto a sua manutenção no poder".

 

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