'Qui a tué mon père' de Édouard Louis por Stanislas Nordey no Porto
O Teatro Nacional São João, no Porto, recebe hoje e sexta-feira o espetáculo 'Qui a tué mon père', uma história biográfica de um pai contada pelo filho, escrita por Édouard Louis com interpretação e encenação de Stanislas Nordey.
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Cultura Espetáculo
O texto da peça foi encomendado ao romancista Édouard Louis, que faz do teatro o lugar onde a "literatura da confrontação" melhor se exprime, explica na sua página o Teatro Nacional São João (TNSJ), onde já não há bilhetes para o espetáculo de hoje.
Nesta história de masculinidade e violência, um filho conta a biografia do pai, das turbulentas memórias de infância à sua "morte social".
"No centro deste acutilante olhar político está aquele momento singular em que superamos a difícil afirmação de identidade no seio da família tradicional e tomamos consciência da violência que a sociedade exerce sobre ela, usurpando corpos e vidas inteiras em seu benefício. Ou de como descobrimos, por detrás da autoridade paterna, uma outra autoridade que a ultrapassa e avassala. De como podemos entrever, por entre as frinchas da política de género, os podres de todas as outras formas de dominação social e cultural", acrescenta.
O texto 'Qui a tué mon père', publicado em 2018, é um relato não cronológico de várias situações sobre a vida do autor vivendo com o seu pai.
Édouard Louis conta diferentes histórias da vida com o pai, por vezes com pormenores contraditórios: algumas cenas são violentas, outras são amorosas.
O título é uma alusão a todos aqueles que o autor considera responsáveis pela "morte" do pai, tais como políticos que aprovaram reformas com impacto sobre os pobres, nomeadamente os presidentes franceses Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy, François Hollande e Emmanuel Mácron.
Stanislas Nordey, diretor do Teatro Nacional de Estrasburgo, é um dos criadores contemporâneos mais importantes da cena francesa, um encenador que acredita na urgência cidadã do teatro.
Nascido em 1992, em Hallencourt, Édouard Louis é visto pela crítica como um dos principais talentos emergentes da literatura francesa, tendo conquistado o Prémio Goncourt para Primeiro Romance com o autobiográfico "Acabar com Eddy Bellegueule", editado em Portugal pela Fumo Editora, com tradução de António Guerreiro.
Em Portugal, Louis tem a totalidade da sua ficção traduzida: o 'bestseller' 'História da Violência' e 'Quem Matou o Meu Pai', pela Elsinore.
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