O filme foi selecionado para o Festival de Locarno (Suíça), em 2019, e depois para o DocLisboa, no mesmo ano, mas a estreia nas salas portuguesas foi adiada para agora, por causa da pandemia da covid-19.
Em 'Prazer, camaradas!' faz-se uma dramatização da memória, através de um conjunto de histórias passadas logo após o 25 de Abril, contadas por portugueses e estrangeiros que as viveram, ou que passaram por situações semelhantes, mas assumindo a idade que têm hoje.
Em declarações à agência Lusa, quando o filme passou em Locarno, José Filipe Costa explicou que encontrou as histórias "nuns relatos, que formavam dossiers, reproduzidos e registados por um casal de alfabetizadores que tinha estado numa das cooperativas".
Esses relatos dão, "em traços, mais e menos detalhados, a vivência nas cooperativas e a vivência nas aldeias, porque estas pessoas que vinham do estrangeiro estavam interessadas também em perceber como viviam as pessoas nas aldeias".
Havia interesse por parte dos estrangeiros em perceber, por exemplo, "como eram as relações homens/mulheres, a intimidade, os abortos".
"As histórias são muito semelhantes e as relações que se estabeleceram entre estrangeiros e portugueses acabam por, de alguma maneira, ser semelhantes. As tensões, os encontros, a maneira de se conhecerem uns aos outros são muito semelhantes nestes espaços todos", disse.
José Filipe Costa considera que ainda há muito por estudar e investigar sobre estas comunidades e cooperativas que surgiram no pós-revolução: "Algumas ficaram muito conhecidas, mas outras não, e há material para ser estudado, há muitíssimo que falta contar".
'Prazer, camaradas!', terceira longa-metragem de José Filipe Costa, tem estreia assegurada este ano em países como Uruguai, Brasil, Islândia e Alemanha.
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