"A mudança das datas das principais feiras internacionais de arte, assim como o possível impacto que a situação sanitária poderia continuar a ter na mobilidade internacional, motivaram a decisão do Comité Organizador da ARCOlisboa [...] de mudar a edição de 2021 para um formato digital", segundo um comunicado de imprensa enviado à Lusa pela Feira Internacional de Madrid (IFEMA).
A IFEMA, que organiza a ARCOlisboa com a Câmara Municipal de Lisboa, considera que o formato meramente digital vai permitir às galerias "expor as suas propostas e manter o contacto com colecionadores e compradores de todo o mundo".
Para assegurar o sucesso da edição digital do corrente ano, a organização revela que já começou a trabalhar na "plataforma ARCO E-XHIBITIONS", a partir da qual será desenvolvido um programa completo de visitas exclusivas para galerias.
Esta plataforma informática vai estar ativa de 13 a 19 de setembro, "com acesso VIP" a partir de 12 de setembro próximo.
A organização da feira de arte contemporânea de Lisboa afirma que já está a trabalhar na próxima "edição presencial" da ARCOlisboa, que terá lugar de 18 a 22 de maio de 2022, de novo na Cordoaria Nacional, as datas e o local habituais da feira, que se espera tenham "condições adequadas para garantir a presença de colecionadores, bem como a internacionalidade da feira e o sucesso comercial das galerias".
A Feira Internacional de Madrid (IFEMA), a Câmara Municipal de Lisboa e o Comité Organizador da feira tinham anunciado, em 29 de março último, que atrasavam de maio para setembro a realização da ARCOlisboa, "com o objetivo de promover o encontro de galerias, colecionadores e profissionais internacionais".
Na altura também tinha sido decidido que, "excecionalmente", o evento teria lugar na Doca de Pedrouços, mas a situação sanitária, nomeadamente o crescimento dos contágios de covid-19, leva a que pelo segundo ano consecutivo a feira não se possa realizar de forma presencial.
A edição de 2020 da ARCOlisboa, que se devia realizar de 14 a 17 de maio do ano passado, na Cordoaria Nacional, foi cancelada na altura pelos organizadores, devido à pandemia de covid-19, tendo a nova data sido marcada inicialmente para 13 a 16 do mesmo mês de 2021.
A feira, que se realiza anualmente, desde 2016, na capital portuguesa, reuniu, na última edição, realizada em 2019, 71 galerias de arte contemporânea, sobretudo de Portugal e de Espanha, e foi visitada por cerca de 11 mil pessoas.
O certame - o único no género de âmbito internacional que se realiza em Portugal - tem vindo a afirmar-se um ponto de encontro de artistas, colecionadores, galeristas, curadores e público em geral, e conta com a participação de museus, galerias e outros espaços culturais e instituições ligadas ao universo da arte contemporânea de Lisboa.
Portugal, assim como a maior parte dos países, tem desde março de 2020 em vigor medidas muito estritas de confinamento social e coloca dificuldades à movimentação de pessoas no seu território devido à pandemia de covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.100.352 mortos em todo o mundo, entre mais de 190,8 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.219 pessoas e foram registados 935.246 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.