O novo livro 'O Caçador de Elefantes Invisíveis' de Mia Couto apresenta uma série de contos, que inicialmente eram apenas crónicas, todas escritas no último ano e posteriormente adaptadas.
O escritor recorda, em entrevista à Rádio Renascença, o que sentiu em janeiro, quando esteve infetado pelo vírus, o que expressou através de Bernardo, uma personagem de um dos contos do livro.
Admite que sentiu “solidão” e que parecia que a sua casa tinha comprimido, o que condicionou a sua criatividade e escrita.
Nesta entrevista, Mia Couto confessou que “temeu pela vida”, sentimento que surgiu após perder “amigos e colegas” devido à Covid-19. E, embora se considere “otimista”, receou “que acontecesse o pior”. “A ideia de que eu pudesse morrer estava bem presente”, afirmou.
Na sua mais recente obra, o autor retrata a pandemia vista pelo continente africano, como a população lidou com o vírus e se imunizou. Na sua opinião, ocorreu de forma “muito mais ligeira” do que na Europa.
Acredita que o convívio e a exposição a bactérias fez com que as pessoas se fossem imunizando e “vacinando naturalmente”. No seu livro, aparecem também episódios que narram os acontecimentos em Cabo Delgado.
Leia Também: Oito obras de Picasso vendidas por mais de 80 milhões de euros