O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou, esta segunda-feira, a "cumplicidade e empatia" que nutriu "durante muitos anos" pelo "homem" que foi José Saramago, mas também pela sua "obra".
Em declarações proferidas no âmbito da inauguração da exposição 'A Oficina de Saramago', em Lisboa, o chefe de Estado fez questão de recordar que privou "com ele em diversas ocasiões" e que "estava em funções partidárias quando recebeu o Prémio Nobel" da Literatura, em 1998.
Questionado pelos jornalistas se o povo português já se teria "reconciliado" com as posições do escritor nacional, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de destacar que existem "dois tipos de reconciliação".
Uma delas passa por se "concordar com as posições das pessoas". "Mas a reconciliação com Saramago enquanto escritor, com o que deu à Língua Portuguesa, à leitura, à projeção de Portugal no mundo, não concebo que haja um português que não esteja reconciliado com aquilo que é fundamental para o país", destacou o Presidente da República.
Questionado, por outro lado, sobre as suas mais recentes considerações sobre a lei da eutanásia, o chefe de Estado foi perentório: "Sobre todas as leis, espero sempre pela última versão. Vendo a última versão logo direi o que penso". Marcelo Rebelo de Sousa prometeu ainda decidir "rapidamente sobre a versão final" deste diploma, assim que ela estiver definida.
Quanto a uma outra temática, que diz respeito ao encontro que o chefe de Estado terá esta tarde com o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, Marcelo Rebelo de Sousa disse não ter, para já, "nada a falar" sobre o assunto, dizendo que a questão feita pelos repórteres a esse propósito se tratou de uma "pergunta prematura".
Recorde-se que Rui Moreira vai ser recebido esta segunda-feira, pelas 19 horas, pelo Presidente da República. A informação foi confirmada ao Notícias ao Minuto por fonte da Câmara Municipal do Porto, que deu conta de que o encontro vai acontecer no Palácio de Belém.
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