"Notável conquista" estreia de filme angolano no Locarno Film Festival

O cineasta angolano Ery Claver considerou hoje uma "notável conquista" para o cinema angolano a estreia do filme "Nossa Senhora da Loja do Chinês", agendada para quinta-feira, na 75ª edição do festival mundial Locarno Film Festival, na Suíça.

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Lusa
08/08/2022 13:29 ‧ 08/08/2022 por Lusa

Cultura

Ery Claver

"Já é uma considerável conquista para o cinema angolano ter um filme a concorrer num festival com mais de 70 anos", afirmou hoje à Lusa Ery Claver, realizador da nova longa-metragem de ficção, produzida pela "Geração 80".

O filme angolano "Nossa Senhora da Loja do Chinês" estreia nesta quinta-feira, 11 de agosto, no Locarno Film Festival, na Suíça, e a longa-metragem terá sete exibições para o público.

"É uma forma de mostrar que ainda com todas as dificuldades no setor cultural, consegue-se cá produzir filmes com qualidade para serem representados ao mais alto escalão", frisou o realizador.

O filme, que também concorre na categoria "Concorso Cineasta Del Presente", conta história de vivências angolanas num bairro urbano de Luanda, tendo no centro uma singular imagem de plástico de Nossa Senhora, em meio de ressentimento, ganância e tragédia.

Para Ery Claver, a presença da "Nossa Senhora da Loja do Chinês" traduz-se também numa forma de incentivo para que não paremos de trabalhar".

Um comerciante chinês, uma mãe enlutada, um barbeiro e um jovem desorientado estão entre os protagonistas do conto urbano.

O novo filme da produtora "Geração 80", escrito e realizado pelo cineasta angolano Ery Claver, "é a continuidade do compromisso da produtora em contar histórias angolanas, de um país com uma confluência de culturas, e produzir cinema independente".

Segundo a produtora, com 11 anos de experiência no setor do cinema e audiovisual em Angola, o objetivo deste novo filme "sempre foi contar histórias angolanas, de um país com uma confluência de cultura, de histórias e de vivências às vezes tão surreais que ultrapassam a ficção".

"Abrimos os olhos para outras formas de fazer cinema, menos convencionais e mais adaptadas ao nosso contexto, uma atenção maior para o que já temos do que para o que nos falta", lê-se num comunicado da "Geração 80".

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