Através de 40 obras produzidas entre 1895 e 2016, a exposição 'Porquê? A arte contemporânea em diálogo com o pensamento de José Saramago' faz uma conexão com os textos do Nobel da Literatura, falecido em 2010.
Com curadoria de Ana Matos, as obras reunidas são provenientes do acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea -- Museu do Chiado (MNAC), e da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), segundo a nova temporada de exposições enviada à agência Lusa.
A conexão proposta entre as obras e os textos do escritor é inspirada na frase "toda a literatura é um palimpsesto", referida por Saramago numa entrevista dada por ocasião de uma viagem à América Latina, explica o museu.
O termo palimpsesto, significando "raspar para escrever de novo", é evocado "como o território em que a arte acontece, como sucessão de camadas de memórias, referências, com tempo e espaço próprios que congregam em si a existência presente, passada e futura".
A seleção das 40 obras partiu da identificação de um conjunto de "temas recorrentes e fundamentais no pensamento de José Saramago, tendo sido criado, desde o início, um diálogo ativo e constante entre obras/artista e o universo" do escritor.
Nesse sentido, o espaço expositivo é organizado em quatro grupos que abordam o mesmo número de temas: 'Direitos humanos', 'Alteridade e identidade', 'Sustentabilidade', 'Memória e palavra'.
Representando diferentes gerações e oferecendo expressões e sensibilidades artísticas distintas, a exposição apresenta obras de Alberto Carneiro, Álvaro Lapa, Ana Jotta, Ana Vieira, André Cepeda, António Olaio, António Pedro, António Sena, Bartolomeu Cid dos Santos, Carlos Nogueira, Fernando Brito, Fernando Calhau.
Também estão representados Fernando Lemos, Filipa César, Helena Almeida, João Tabarra, João Vieira, Jorge Molder, Jorge Vieira, José de Brito, José Pedro Croft, Júlia Ventura, Julião Sarmento, Júlio Pomar, Júlio Resende, Lourdes Castro, Luísa Cunha, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Paulo Nozolino, Pedro Gomes, Querubim Lapa, Salette Tavares e Vasco Araújo.
A exposição irá ficar patente até 08 de janeiro de 2023, segundo o Museu do Chiado, que tem ainda previstas outras exposições até janeiro do próximo ano.
A partir de 01 de outubro, será a vez da exposição 'Multiplicidade' inaugurar na Galeria Millennium BCP do museu, no âmbito da Trienal de Arquitetura de Lisboa, que poderá ser vista até 05 de dezembro, e que aborda a urgência climática.
Segue-se 'Echos of Natures', da artista visual Manuela Marques - distinguida em 2011 com o Prémio BESphoto --, na sala polivalente do espaço museológico, piso 1 e na Sala das Furnas, entre 07 de outubro e 29 de janeiro de 2023, que apresenta pela primeira vez, em Portugal, um panorama dos seus trabalhos fotográficos e videográficos, realizados entre 2018 e 2022, como parte integrante de um tríptico expositivo que incluiu apresentações anteriores, em França.
A mostra, com curadoria de Emília Tavares, "pauta-se pela observação e pensamento sobre a paisagem e o meio natural nas suas mais variadas facetas, colocando em diálogo discursos científicos, percecionais e estéticos", indica o texto sobre estes trabalhos de Manuela Marques, muitos deles realizados no vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, Açores.
Nascida em Tondela, distrito de Viseu, em 1959, Manuela Marques vive e trabalha em Paris, e a sua primeira mostra em Portugal ocorreu nos Encontros da Imagem de Braga, em 2002.
Desde o início da década de 1990, Manuela Marques tem exposto com regularidade em instituições francesas como o Centro Nacional de Fotografia, o Centro Fotográfico da Île-de-France, o Museu Malraux, o Domaine de Chamarande, a Coleção Lambert e a Galeria Agnès B.
Em Portugal, participou em exposições coletivas na Galeria da Fundação EDP, no Porto, com curadoria de João Pinharanda.
Em 2013, participou da PhotoEspaña, no Real Jardin Botanico de Madrid, e, no Brasil, Manuela Marques expôs em São Paulo, na Galeria Vermelho, no Museu da Imagem e do Som, em Brasília, no Espaço Cultural Contemporâneo, no Museu de Arte Pinacoteca e no Moderna e, em Niterói, no Museu de Arte Contemporânea.
A artista está representada, em Portugal, entre outras, nas coleções Berardo, Calouste Gulbenkian, Fundação EDP, Cidade de Lisboa e Novo Banco, em Lisboa, e na Coleção do Museu da Imagem de Braga.
O Museu do Chiado será palco ainda, a partir de 06 de outubro e até 08 de janeiro de 2023, de uma exposição de Harri Palviranta, no quadro do Imago Lisbon Foto Festival, que este ano gravita em torno do conceito de 'Distúrbios'.
O artista irá apresentar 'Battered' (2006-2007), 'News Portraits' (2010-2014) e 'Choreography of violence' (2015-2020), no Museu do Chiado.
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