O programa do LEPAC destina-se a coletivos de artistas que devem apresentar propostas inspiradas na "sustentabilidade, economia circular e descarbonização", juntando arte com ciência, com o objetivo de implementar os projetos no Bairro da Tabaqueira, transformando "esta zona habitacional num laboratório vivo de testes para a mitigação de emissões de carbono".
A 'open call' para as residências artísticas foi lançada, na quarta-feira à noite, pela zet gallery e o consórcio SMILE - Sintra Motion & Innovation for Low Emissions, podendo os candidatos enviar as propostas de projeto para o endereço curatorial@zet.gallery, até 31 de janeiro.
"Com este programa pretendemos, acima de tudo, recuperar de forma sustentável a vida deste histórico e característico bairro de Sintra e da sua comunidade, juntando duas vertentes essenciais na evolução da sociedade, cruzando disciplinas e áreas do conhecimento", disse Helena Mendes Pereira, diretora da zet gallery, citada em comunicado.
A galeria de Braga vai ficar responsável pelo acompanhamento de curadoria do projeto, cuja primeira fase arranca em março e terá a duração de quatro meses.
Os artistas selecionados vão receber uma bolsa de seis mil euros, é ainda referido na nota da galeria.
O projeto artístico será desenvolvido no TAB LAB, edifício do antigo supermercado do Bairro da Tabaqueira, que foi já transformado para dar lugar à sede do LEPAC e base operacional do SMILE, consórcio liderado pela Fundação Aga Khan em parceria com a Câmara Municipal de Sintra, a dstsolar, Innovation Point, Watt-is, Card4b, IrRADIARE, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e International Development Norway Association.
De acordo com o comunicado da galeria, esta será a primeira de quatro residências artísticas do LEPAC, com a duração de um ano e divididas em sessões de quatro meses.
Pela ligação ao ambiente e à natureza, as residências terão início nos dias de solstício de verão e inverno e equinócio de outono e primavera.
A primeira sessão terá como tema Arte e Memória e os artistas deverão produzir objetos artísticos e/ou material audiovisual resultante do trabalho de investigação, plástica e sociológica, feita a partir da memória coletiva oral e material do Bairro da Tabaqueira e dos seus habitantes.
As residências artísticas posteriores terão como tema a Arte e Ciência e a Arte e Mobilidade, segundo a galeria.
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