A exposição 'Dorindo Carvalho, 1963-2023, 60 anos a desenhar e pintar', segundo comunicado da Fundação D. Luís I, reúne "68 obras, entre desenhos, pinturas e pequenas esculturas e assinala o sexagésimo ano da intensa e importante criação artística" daquele pintor e designer gráfico.
A fundação recorda que a obra de Dorindo Carvalho "atravessa diversas correntes artísticas e, pela sua longevidade, várias gerações de criadores que, por sua visão, talento e influência, formam o panorama da arte contemporânea portuguesa da segunda metade do século XX e das primeiras décadas do século XXI".
Nascido em Lisboa em 1937, Dorindo Carvalho é um artista plástico "de reconhecido mérito", cuja carreira "abrange o design gráfico, o desenho, a pintura, o cinema de animação, a fotografia, a cenografia e a gravura".
"Saído da Escola de Artes Decorativas António Arroio, trabalhou em fotografia antes de ser mobilizado para Angola. Em Luanda, desenhou, pintou e realizou cenários e figurinos para o Teatro Experimental daquela cidade", lembra a Fundação D. Luis I.
Fez também o curso da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, e o seu trabalho valeu-lhe uma Bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo quadros como "Pastores Alentejanos" e "Carregadores de Café" contribuído para afirmar o seu nome na pintura, na década de 1960.
Na Venezuela, onde viveu e trabalhou de 1980 a 1992, foi membro fundador e dirigente do Instituto Português de Cultura de Caracas.
A carreira de Dorindo Carvalho incluiu igualmente "uma intensa atividade no campo editorial, realizando capas de livros e revistas e desempenhando cargos de diretor de arte e de produção em várias editoras".
Em Portugal, destaca-se o seu trabalho para editoras como a Assírio & Alvim e as antigas Prelo, Diabril e Publicações Europa-América, em termos de imagem gráfica e de ilustração, nomeadamente das primeiras capas da coleção de Livros de Bolso Europa-América.
Além disso, "colaborou como ilustrador em jornais e revistas, escreveu e ilustrou livros infantis e lecionou desenho gráfico, educação visual e fotografia, em Portugal e na Venezuela".
'Desligaram a máquina faz tudo', 'O passarinho preto e a alegria de todas as cores', 'O coelho e o veado e a sua história' são alguns títulos para crianças da sua autoria, em texto e ilustração, editados em Portugal nos primeiros anos 2000, pelo Instituto Piaget, que também publicou o catálogo 'O Homem é a medida de todas as coisas. Dorindo. Pintura e desenho gráfico' (2002).
A Imprensa Nacional dedicou-lhe o volume n.º13 da sua Coleção D, dedicada a design de comunicação (2018).
Ao longo da carreira, Dorindo Carvalho realizou várias exposições coletivas e individuais de desenho e pintura, em Portugal, Angola, Venezuela, Espanha, Brasil, Bélgica e França, e o seu trabalho está representado em museus e em coleções particulares em Portugal, Venezuela, Brasil, Inglaterra, Itália e África do Sul.
A exposição 'Dorindo Carvalho, 1963-2023, 60 anos a desenhar e pintar', uma iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da programação do Bairro dos Museus, estará patente até 02 de abril.
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