"Queremos criar memórias do futuro e não olhar para o retrovisor"

A banda Ala dos Namorados está de volta. Com uma nova formação, um novo disco, mas com a mesma energia em palco que 'entranhou' nos portugueses ao longo de 30 anos. Para dar a conhecer o novo trabalho e recordar o passado, temos hoje, como entrevistados do Vozes ao Minuto, João Gil e Nuno Guerreiro.

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© O Colectivo

Natacha Nunes Costa
30/01/2023 09:30 ‧ 30/01/2023 por Natacha Nunes Costa

Cultura

Ala dos Namorados

São uma das bandas mais conhecidas (e reconhecidas) do panorama nacional. Ao longo dos anos, sofreram várias interrupções e alterações, mas mantiveram-se consistentes nos laços que criaram com o público português e não só. 

Sempre que os caminhos de João Gil e Nuno Guerreiro se cruzavam em cima do palco, havia uma energia que rejuvenescia. As saudades de um tempo que não volta atrás fizeram com que sonhassem em construir "memórias para o futuro".

E chegou o momento. Vários anos depois de terem seguido por outros caminhos e três décadas depois de se terem formado, a Ala dos Namorados regressou ao estúdio e, em breve, apresentará 'Brilhará', um disco que enche a banda de orgulho e que os músicos acreditam ser o "ponto alto" do grupo.

Enquanto o novo álbum não é editado, a Ala dos Namorados vai andar por aí a dar concertos. Os próximos são dia 1 de fevereiro, em Loulé, e no Dia dos Namorados, a 14 de fevereiro, na Póvoa de Varzim. Hoje, dia 30 de janeiro, é dia de ensaio-geral no Capitólio, em Lisboa. Um ensaio aberto ao público por um bilhete de oito euros que poderá comprar nos locais habituais.

Passaram três décadas desde a fundação da Ala dos Namorados. Ainda se recordam de como tudo começou?

João Gil (JG) - Lembro-me da primeira vez que nos encontramos. Tinha uma série de músicas na minha bagagem e pretendia fazer qualquer coisa mais acústica, ligada ao fado mas que não fosse típica. Então fui ter com o Manuel Paulo com quatro ou cinco canções ligadas a Lisboa, de alguma maneira, porém nada de típico, mais influenciado por aquilo que era a minha ideia de música urbana. O Manuel Paulo gostou das ideias e juntou-se a mim. A partir daí tínhamos a ideia de fazer um grupo distinto de todos os outros, que pudesse refletir aquilo que era a nossa ideia de Lisboa da altura, cosmopolita, aberta ao mundo, com todas as influências. Entretanto junta-se o Zé Carrapa e o Nuno surge logo a seguir, depois de o Manuel Paulo dar conta da presença dele num espetáculo do Carlos Paredes.

Nuno Guerreiro (NG) – Lembro-me perfeitamente do dia em que fui ouvir a primeira vez as canções. Em casa do Manuel Paulo. Fiquei super nervoso porque estava lá o Manuel Paulo, o João Gil e eu pensei: Onde é que eu estou, o que é que se passa?! Estava nervoso, mas lembro-me de começar a ouvir as canções, de experimentar a canta-las e sentir logo um envolvimento muito, muito forte e que com o qual me identifiquei logo. Depois eles reuniram e gostaram imenso e foi assim que a Ala dos Namorados começou. Aliás, nessa altura, a banda ainda não tinha nome e ainda estivemos bastante tempo para o decidir. Tínhamos uma lista enorme, acho que estávamos a entrar em estúdio ou próximo disso. Obviamente que, com o passar do tempo, a lista ia ficando mais pequena, mais resumida, mas…

JG - Não me consigo esquecer o nome que estava em cima da mesa também… [risos]

Qual? Estamos curiosos…

JG - Fernando Pessoas

NG- E A Nave também esteve em cima da mesa até bastante tarde. E depois ficou Ala dos Namorados porque tinha a ver com tudo. É muito português, faz parte da nossa história, tem muito romantismo envolvido e a Ala dos Namorados é muito isso também.

E ainda se lembram do primeiro concerto?

NG - Lembro-me! A nossa estreia, verdadeiramente, nem foi em Portugal. Foi na Bélgica, no Festival Brugge. Antes de entrarmos em palco, tínhamos estado a ensaiar, mas é muito diferente quando estás como 'front man'. De repente chegas a um teatro lindíssimo daqueles, super histórico e com a sala cheia, completamente cheia e lembro-me que, nas primeiras notas, a cantar 'Lisboa Ausente', parecia que a minha voz não saia, que tinha ficado bloqueada com os nervos, mas depois começou a surgir e o concerto foi mágico, foi incrível. Jamais esquecerei.

Entretanto, muita coisa mudou. Moz Carrapa saiu da banda, 10 anos depois também João Gil se retirou do grupo. Resumidamente, como foram estes 30 anos para a Ala dos Namorados?

NG - Parece que foi ontem! Já passaram 30 anos?! [risos]

JG – Pois, fogo. Principalmente nos últimos tempos parece que há pausas. O tempo ficou esquisito, a noção de tempo ficou esquisita. Acho que ainda não percebemos bem que foram dois anos em pausa [pandemia] e é um bocado esquisito. Seja como for, são 30 anos de muito boas memórias. A memória inicial, que o Nuno estava a contar do primeiro concerto é muito bonita. Começar a ter êxito fora de Portugal e depois entrar em Portugal devagarinho…

NG - Se não me engano, o primeiro concerto em Portugal foi nos Concertos da Primavera, no CCB. Há muito, muito tempo.

JG – Dessa fase inicial, lembro-me que houve uma reação, muito estranha em relação à voz do Nuno...

NG– Houve quem tivesse ficado fascinado e adorava e houve pessoas que... não era por não gostar, era mais a estranheza ao facto de ser uma voz super aguda, eu próprio muito andrógeno. As pessoas ficaram entre a beleza e o choque.

JG – És um caso de sucesso de grande inclusão [risos].

NG – Sim, uma situação meia exótica, de beleza mas, ao mesmo tempo, de estranheza que chocou no início.

Encontrámos, nessa altura, Portugal num estado muito antigo, muito fechado, muito enclausurado em valores. Trouxemos cor a um Portugal que estava a preto e branco

Sentiram na pele, então, algum preconceito...

JG – Lembro-me de ter ficado com as orelhas muito quentes de coisas que ouvi, muito pouco agradáveis, em relação à associação enviesada da voz do Nuno com a sua sexualidade e isso incomodou-me bastante. Encontrámos, nessa altura, Portugal num estado muito antigo, muito fechado, muito enclausurado em valores.

NG – Sem querer, eu e a Ala dos Namorados trouxemos todos esses assuntos à baila durante imenso tempo. Em parte também fez o acordar de muita coisa às pessoas.

JG– Trouxemos cor a um Portugal que estava a preto e branco [risos].

NG– Completamente e sentimos isso.

JG – Trouxemos cor, trouxemos alegria ao fado, trouxemos diversão, trouxemos desarrumação, desgrenhamos o panorama musical da altura. Portanto, são 30 anos de boas memórias, de muitos espetáculos à volta do mundo e de uma empatia com o povo português muito grande, de tal maneira que acho que entranhamos. Os portugueses têm orgulho na Ala dos Namorados não só pela performance ao vivo, mas também pela qualidade e pelo rigor nas letras e nas músicas que, ao longo destes 30 anos, temos vindo a praticar.

Não sabemos se estamos num país laico ou não. Se pode ser laico à segunda-feira e à terça é um Estado extremamente religioso. É esquisito. Esta polémica do palco, por exemplo, obviamente que é estranha. Como cidadão, concebo que, do ponto de vista turístico, entram não sei quantos milhões em Portugal. Mas caramba…  5 e tal milhões por um palco? Um palco? Um palco?

E acham que Portugal está hoje menos preconceituoso?

NG - Obviamente que em muitas, muitas coisas melhorou. Há uma diversidade e um respeito maior por parte de toda a gente. Na altura era um miúdo, miúdo das artes, estava no Conservatório, era bailarino e não ligava muito a isso. Vivia a minha vida à minha maneira. Sempre tentei não esconder, mas também não escancarar tudo da minha vida, mas lidei com esse preconceito que existia e existia de forma pesada. É muito difícil viver com aquele olhar de diferença, alguma diferença que possa existir ou que existia, mas com o passar dos anos e a abertura pelo mundo, pela Europa, pelo que se passa, hoje em dia temos um país completamente diferente a esse nível. Está 90% melhor do que aquilo que já foi.

JG – Acho que em Portugal respira-se liberdade, respira-se desejo. Há um desejo muito grande de acomodar toda a gente. Que toda a gente se sinta confortável num Estado que devia ser mais laico, menos sonso.

NG – Sim, mas eu estou a falar nas grandes cidades. Em que as pessoas se habituaram a tudo, isso não quer dizer que em certas cidades no interior que não continue [a haver preconceito], um pouco mais camuflado, porque hoje em dia as pessoas já têm consciência que é feio discriminar, apontar, mas não quer dizer que não exista. Há sempre um olhar, há sempre um sorrizinho e acho que isso vai sempre existir porque também haverá sempre mentes mais pequeninas. As pessoas têm é de ser felizes e tem de haver respeito entre todos. Só assim é que vivemos em harmonia, tanto artística como na vida em geral. A diversidade é muito importante na vida de todos nós.

JG - É. Portugal está nitidamente melhor. Sem dúvida nenhuma, mas há algumas situações que nos deixam ainda um bocadinho atrapalhados.

Como por exemplo?

JG - Não sabemos se estamos num país laico ou não. Se pode ser laico à segunda-feira e à terça é um Estado extremamente religioso. É esquisito. Esta polémica do palco, por exemplo, obviamente que é estranha. Como cidadão, concebo que, do ponto de vista turístico, entram não sei quantos milhões em Portugal. Mas caramba…  5 e tal milhões por um palco? Um palco? Um palco? Não faz qualquer sentido. Como parte dos portugueses que teve educação cristã acho que Jesus Cristo não ia gostar nada desta exibição faustosa ainda por cima para receber um papa da Ordem Franciscana que defende a ideia de Cristo pobre e despido de riquezas. Acho que o papa não vai gostar de saber desta euforia e desta estética desmesurada, esta exibição de riqueza. Aliás, acho que ele devia saber disto.

Acho que o panorama nacional, a paisagem da música portuguesa, precisa urgentemente de projetos como a Ala dos Namorados 

De regresso à Ala dos Namorados. Depois de vários anos, decidiram voltar a juntar-se. Voltar a tocar e a fazer um disco juntos foi uma ideia que amadureceu com o passar do tempo? Ou surgiu de repente?

JG - Antes da pandemia já estávamos a falar da possibilidade de juntarmos outra vez a equipa. Começou por ser um desejo meu de voltar a juntar novamente a família. O Nuno reagiu imediatamente bem. No fundo é o culminar dos desejos e dos impulsos destes anos, a ideia de que vivemos só uma vez e que devemos aproveitar ao máximo aquilo que de bom está na nossa memória.

NG - Quando voltávamos a estar juntos em palco havia uma energia enorme, as pessoas ficavam super contentes. Havia uma energia maravilhosa e nós sentíamos aquela saudade de nos juntarmos e de voltar a fazer a Ala dos Namorados e temas novos. Parecia que as energias se alinhavam para que tudo isso voltasse a acontecer e falamos disso imensas vezes e cá estamos nós. Está a acontecer!

Qual tem sido o feedback dos fãs? Têm recebido muitas palavras de apoio?

JG - Sim. Quando tocávamos esporadicamente juntos sentíamos no palco uma mudança de comportamento no público. Sentíamos as pessoas a ficarem diferentes. Surgia uma energia de repente no ar. Acho que agora é a materialização dessa energia e estamos a sentir que as pessoas também estão a sentir esse desejo. Acho que vai correr tudo bem e os astros estão a conjugar-se para que tudo corra bem. É inacreditável que esse desejo de voltarmos novamente não seja só nosso. É nosso, é das pessoas que acompanhavam a Ala dos Namorados e é da conjuntura musical que precisa de projetos como estes. Acho que o panorama nacional, a paisagem da música portuguesa, precisa urgentemente de projetos como a Ala dos Namorados, tocados à mão, sentidos com o coração, bem escritos, filosoficamente profundos e que esticam bastante a corda, as margens daquilo que é a música portuguesa, com um grupo de músicos extraordinariamente bom. E não é para fazer um 'revival' e para fazer um exercício de saudade. Esqueçam! É para remexer, mexer de novo, para envolver as pessoas outra vez. Queremos criar memórias do futuro e não olhar para o retrovisor.

Temos a sensação de estarmos nos melhores anos da nova vida no ponto de vista musical

E como surgiu o título 'Brilhará' para este novo disco?

JG - O nome sai de uma canção escrita pelo Zeca Baleiro, que há pouco tempo ganhou um grammy latino. O Zeca Baleiro fez duas letras para duas músicas nossas: 'Para onde irão' e 'Brilhará'. As duas letras que ele escreveu refletem tudo aquilo que tem acontecido no Brasil e toda a esperança que os brasileiros têm numa mudança qualquer. É curioso. De repente, também nós estamos a dar voz àquilo que é a luz daquele povo incrível que é o povo brasileiro, que não desistiu e que acreditou. Povo que quer um futuro melhor e que o merece, que não desistiu e trouxe o Brasil de volta. Nós podemos dizer que a Ala dos Namorados vai acompanhar essa volta do Brasil também. É incrível como os astros se conjugam todos. As duas músicas foram feitas em 2020/2021 e, de repente, nós estamos a chamar ao disco 'Brilhará' porque reflete essa perspetiva de futuro, qualquer coisa que vai acontecer de novo e também reflete esse estado de espírito do povo brasileiro. De repente, a Ala dos Namorados, o Zé Baleiro e o povo brasileiro estão juntos. Acho que é inacreditável como tudo se conjuga e tudo se moveu para este sentido. Nós não sabíamos. É uma conjugação astral muito positiva. Essa dinâmica das pessoas, dos fãs, dos portugueses em geral, da música portuguesa, do desejo do Nuno, do meu desejo, da qualidade dos músicos, da qualidade das letras e dos poemas vai fazer com que a Ala dos Namorados estique outra vez a música portuguesa.

Estamos de volta mas criando memória do futuro, não é estar de volta para fazer uma espécie de reconstrução do passado. Não estamos a fazer um revival só. Estamos a voltar e a começar de novo. Estamos a criar memória para o futuro, não estamos só a viver de rendimento

E que sonoridades nos traz?

JG - Tem de se ouvir [risos]. Estamos a falar do melhor baterista que temos atualmente em Portugal, Alexandre Frazão, em todo o seu esplendor. Estamos a falar de um pianista extraordinário que tem vindo a crescer, crescer, crescer e que se mostra em todo o seu potencial, Ruben Alves. Estamos a falar de Nelson Cascais, um contrabaixista muito bom, que foi dos primeiros músicos da Ala dos Namorados. Cresceu e agora reencontra-se connosco já maduro. E depois temos uma surpresa extraordinária que é o Luís Cunha, um músico absolutamente incrível, multi-instrumentista, um animal a tocar trompete, toca cavaquinho, guitarra, piano, flauta. De repente tens um universo de possibilidades e uma qualidade instrumental fora do comum. Temos a sensação de estarmos nos melhores anos da nova vida no ponto de vista musical.

NG - 'Brilhará' está maravilhoso. Estamos muito orgulhosos.

JG – A sério, o disco está com uma luz e com uma energia e com uma qualidade a todos os níveis. Acho que é um ponto alto da Ala dos Namorados. Estamos de volta mas criando memória do futuro, não é estar de volta para fazer uma espécie de reconstrução do passado. Não estamos a fazer um revival só. Estamos a voltar e a começar de novo. Estamos a criar memória para o futuro, não estamos só a viver de rendimento. Há uma vibração coletiva incrível, que se está a traduzir no disco e vai-se traduzir no espetáculo, por isso, aconselho às pessoas que vão ver os nossos espetáculos. Vão a Loulé, vão ao casino da Póvoa de Varzim, venham ao Capitólio dia 30 de janeiro para ver o concerto aberto. 

Outra novidade. O que é que os vossos fãs podem esperar deste ensaio aberto que se realiza hoje, dia 30 de janeiro, no Capitólio, em Lisboa?

NG - Acho que sem querer estamos a abrir uma espécie de um jogo. É um ensaio-geral aberto a alguns convidados e ao público, a quem quiser ir ver para ter alguma noção do que é um ensaio-geral. Pode haver enganos, pode haver uma paragem, antes de anunciar um tema podemos explicar a mensagem do mesmo, provavelmente o porquê do arranjo, o que é que nós pretendemos que as pessoas interpretem das músicas. Alguns dos temas que farão parte do ensaio não os canto há mais de 15 anos. São quase como se fossem novos. Então estou um bocadinho ansioso até porque as letras, para quem as quer cantar sem olhar para o que está à nossa frente, não é fácil, mas… tudo vai correr bem. Mais as novas canções, completamente novas, mas tudo isso também me dá muita energia, força, adrenalina. É muito giro. Há uma energia maravilhosa naquilo que está a acontecer e isso também vai transparecer completamente para o público. É importante as pessoas irem ao nosso ensaio aberto, é um formato diferente, mas acho que vai ser muito giro e muito divertido também.

JG - Nuno há uma coisa que ainda não sabes mas vais saber agora [risos].

NG - Não me assustes! [risos].

JG- Não, não. Vais gostar da ideia. Dei a ideia ontem [na quarta-feira] e foi logo comprada como boa ideia. Nós vamos dar uma folha em branco a cada pessoa que entrar para que escrevam as suas sugestões, mudanças, o que estão a achar do ensaio. Dobram como se fosse um voto e metem numa caixa. Tipo caixa de comentários, mas ao vivo. Para podermos mudar e aparafusar algumas coisas, tendo em conta alguma observação que as pessoas possam fazer. Isso vai fazer com que as pessoas se sintam cúmplices do ensaio. Que fazem parte. Há aqui uma coisa orgânica muito interessante. Mais íntima do que escreverem comentários nas redes sociais e com efeitos mais práticos de alguma mudança no espetáculo. Acho que pode ser interessante. Mesmo para o futuro não me importo nada. Estamos a dar às pessoas uma mensagem de confiança e a transmitir-lhes que elas fazem parte da mobília.

NG – Boa, João! Vou ainda mais assustado para cima do palco, mas boa João! Ao fim de 30 anos de andar aqui ainda vou assustado [risos].

Além de Zeca Baleiro, houve outros escritores e letristas eminentes da língua portuguesa que fizeram parte da construção de 'Brilhará'. Como foi feita essa escolha?

JG - Estamos a falar de um poema do Mia Couto, retirado da 'Viagem pelo esquecimento', de um excerto da Ode marítima de Fernando Pessoa, de Maria do Rosário Pedreira, José Eduardo Agualusa, Margarida Gil e de Mário Graça. Este álbum reflete um ciclo de criação começado há quatro anos e identifica exatamente o território da Ala dos Namorados. São casas da mesma rua.

E quando é que 'Brilhará' será lançado?

JG – O disco há de sair mais lá para a frente. O que nós vamos fazer é largar pontas. Duas, três, quatro canções ao longo do tempo. Não há pressa. Uma sai já agora em fevereiro, outra para aí em abril, maio. 'Brilhará' sairá ainda este ano, mas mais para a frente.

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