Meteorologia

  • 16 NOVEMBER 2024
Tempo
19º
MIN 14º MÁX 22º

Riad Sattouf vence Prémio do Festival de Banda Desenhada de Angoulême

O autor de banda desenhada e realizador de cinema francês Riad Sattouf foi distinguido com o Grande Prémio do Festival de Angoulême, que decorre entre hoje e domingo, em França.

Riad Sattouf vence Prémio do Festival de Banda Desenhada de Angoulême
Notícias ao Minuto

14:09 - 26/01/23 por Lusa

Cultura Banda Desenhada

Em comunicado, o Festival de BD de Angoulême, que vai na sua 50.ª edição, anunciou que o prémio de carreira, um dos mais importantes na área da banda desenhada, foi atribuído a Riad Sattouf, num ano em que eram também finalistas ao galardão a norte-americana Alison Bechdel e a francesa Catherine Meurisse.

Tanto Riad Sattouf quanto Catherine Meurisse, que já na edição do ano passado do festival tinha sido finalista, colaboram no jornal satírico Charlie Hebdo.

Riad Sattouf sucede assim à canadiana Julie Doucet, vencedora do Grande Prémio em 2022, e ao norte-americano Chris Ware, distinguido no ano anterior.

Nascido em 1978, em Paris, Riad Sattouf passou a infância na Argélia, Líbia, Síria, tendo regressado a França aos 12 anos. Estudou artes aplicadas, em Nantes, e depois animação, em Paris, na escola de Gobelins.

Em Portugal é essencialmente conhecido por dois volumes da obra de banda desenhada "O Diário de Esther", publicado pela Gradiva, e por quatro volumes de "O Árabe do Futuro", editados pela Teorema, obra inspirada na sua própria vida dividida entre um pai muçulmano e uma mãe francesa, e entre os países onde cresceu.

Como realizador, assina duas longas-metragens: "Les Beaux Gosses", galardoado com o César para o Melhor Primeiro Filme em 2010, e "Jacky au Royaume des files", que se estreou em França no início de 2014.

No final do ano passado, o Festival de Angoulême, que conta com exposições de artistas como Julie Doucet, Philippe Druillet, Ryôichi Ikegami ou Jungi Itô, anunciou o cancelamento da mostra do autor francês Bastien Vivès, acusado de promover pornografia infantil.

A exposição foi anulada na sequência de protestos e ameaças contra Bastien Vivès, acusado de incitar à pornografia infantil e ao incesto através das obras de banda desenhada.

Bastien Vivès, 38 anos, e já premiado anteriormente por Angoulême, é autor de "Polina" e "Uma irmã" - ambos editados em Portugal - e ainda do álbum "Le goût du chlore" e coautor da série "Lastman". Uma das obras polémicas em causa é "Petit Paul", uma BD para adultos editada numa coleção intitulada "Porn'Pop", da editora Glénat, e que é protagonizada por um rapaz.

A agência France-Presse lembrou, na altura, que as bandas desenhadas "mais controversas de Bastien Vivès retratam menores em cenas de sexo, algumas das quais com contornos incestuosos".

O anúncio de uma exposição em Angoulême desencadeou protestos, incluindo uma petição com mais de 100.000 assinaturas.

Em comunicado, o festival defendeu a liberdade de expressão do autor, sublinhou que Vivès está a ser julgado nas redes sociais e não na justiça, mas cancelou a exposição por terem sido feitas ameaças não só ao autor como a elementos da organização, não estando reunidas as condições de segurança para a realizar.

Na mesma altura, Bastien Vivès fez declarações ao Le Parisien, tendo negado as acusações e dizendo: "Não sou pedófilo e não, isso não é uma fantasia minha. Perceberão isso se quiserem ler honestamente os meus livros".

O festival de Angoulême é um dos mais importantes encontros europeus dedicados à banda desenhada, que cumpre a 50.ª edição até dia 29.

Leia Também: BD de Ram V e Filipe Andrade sai este ano em Portugal

Recomendados para si

;
Campo obrigatório