"Tive medo de morrer. O tapete pode-nos ser tirado de repente"

Isaura lança esta sexta-feira, dia 24 de março, 'Invisível'. O Notícias ao Minuto esteve à conversa com a artista sobre o seu novo álbum e não só.

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© Pau Storch

Natacha Nunes Costa
22/03/2023 10:15 ‧ 22/03/2023 por Natacha Nunes Costa

Cultura

Isaura

Isaura lança na próxima sexta-feira, dia 24 de março, 'Invisível', um álbum que a própria artista descreve como "muito pessoal", "resultado de várias conversas" que teve com os outros e consigo mesma e que vai "a vários estados de espírito, a diferentes graus de otimismo e cansaço".

O disco, apenas digital, é o primeiro LP em português da cantora e compositora e reúne canções de amor e de esperança. Nele, Isaura celebra a vontade de dançar e a alegria de viver, depois de os últimos anos terem sido de "desafios pessoais gigantes", "no mínimo transformadores", tal como descreveu em entrevista ao Notícias ao Minuto.

A nível de sonoridades, 'Invisível' desafia os limites da pop e do indie, expandindo também para o universo eletrónico. Dentro de um mês, no dia 21 de abril, poderá ouvi-lo ao vivo no MusicBox, em Lisboa.

No dia 24 de março lança 'Invisível', um álbum que já descreveu como "muito pessoal". Que histórias e experiências nos conta?

Estes últimos anos foram anos de desafios pessoais gigantes, foram no mínimo transformadores. Sem me ser pedida licença, vi muitas das minhas prioridades e crenças mudarem. Tive medo de morrer, passei a adorar fazer anos e tenho mais urgência de viver porque compreendi que o tapete pode-nos ser tirado de repente. Este disco é um bocadinho o resultado de várias conversas que tive com os outros e comigo mesma. Vou a vários estados de espírito, a diferentes graus de otimismo e cansaço. Espero que se torne um disco de perseverança e de bem-estar para quem o ouve.

'Invisível' é o sucessor de 'Human'. A nível musical, podemos esperar algumas semelhanças ou nestes cinco anos decidiu diversificar um pouco?

Acho que há muitas diferenças, na minha opinião. A começar pela língua, este é o meu primeiro disco em português. Até a maturidade e os assuntos que abordo são radicalmente diferentes. Continuo a ser eu, e há momentos em que parece que a bagagem quase que desaparece, como em 'Glória' e 'Anda dançar', mas é um disco de quem já experienciou coisas que se sentem mais no limite da escala. Alinhado com a minha pressa de viver mais de acordo comigo mesma, é um disco que vai a vários registos musicais. Sempre fui naturalmente eclética, não é de propósito - gosto de música e expresso-me em registos diferentes; neste disco decidi parar de pedir desculpa por isso. Sou o que sou.

Tal como no EP 'Agosto', as músicas de 'Invisível' são escritas em português. Acha que é mais fácil transmitir o que sente em português?

É mais fácil refinar o vocabulário, porque é a minha língua-mãe, mas sinto-me muito mais exposta e vulnerável. Em 'Agosto' estava a experimentar o português mais a medo; no 'Invisível' sinto que não houve barreiras ou limites para dizer exatamente o que sentia.

Escreveu 'O Jardim' em homenagem à sua avó. E agora, em 'Invisível', dedicou uma música à sua mãe – 'Glória'. Que importância têm estas duas mulheres na sua vida? Como é que a sua mãe soube da música e qual o feedback que lhe deu?

Venho de uma família de mulheres fortes e verdadeiramente boas, com o maior coração. A minha mãe e a minha avó são as minhas grandes referências no que toca à personalidade e aos valores; quem me dera um dia ser um terço do que elas representam para mim. Tenho-lhes um amor incondicional. Quis escrever esta canção para a minha mãe porque vivermos a 3h30 uma da outra nos pesa e a canção aproxima-nos. A minha mãe ficou mesmo feliz e orgulhosa e toda a gente (em S.Paio e em Gouveia) lhe deram os parabéns!, como se tivesse sido ela a fazer a canção! Foi muito engraçado!

O que podem esperar os seus fãs do concerto de apresentação do álbum, marcado para dia 21 de abril no MusicBox, em Lisboa?

Acima de tudo, podem esperar um concerto cheio de alegria porque é isso que sinto ao regressar ao palco e a partilhar as canções com quem me ouve. Vou apresentar o Invisível e o Agosto pela primeira vez, ao vivo. Estou feliz e vou preparar esse concerto com muito carinho. Vai ser especial.

Há mais concertos marcados? Quando e onde?

Sei que há algumas datas marcadas para Coimbra, Aveiro e Porto mas ainda não posso revelar detalhes, são tudo coisas a confirmar! A digressão '+ Invisível' está agora a começar e espero poder apresentá-la em inúmeros palcos, por todo o país.

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