Salman Rushdie condecorado por "resiliência e atitude positiva"
O autor foi alvo de um violento ataque em agosto, mas recuperou e já disse que irá escrever um livro sobre o incidente e o trauma consequente.
© Getty Images
Cultura Salman Rushdie
Quase um ano depois do ataque que o deixou em risco de vida e sem a visão num olho, o escritor Salman Rushdie vai ser galardoado com um dos prémios literários mais importantes da Europa, o Prémio da Paz da German Book Trade, na Alemanha.
O prémio foi anunciado esta segunda-feira pela organização, que irá condecorar o autor na Feira do Livro de Frankfurt (considerada internacionalmente como a feira mais importante do mundo da literatura), no dia 22 de outubro.
O autor, de nacionalidade britânica e norte-americana, foi escolhido como o recipiente do prémio devido ao seu trabalho mas também à sua "atitude positiva" em circunstâncias de perigo e de opressão, com o júri a afirmar, citado pela Associated Press, que Rushdie "combina uma visão narrativa com sabedoria, humor e constante inovação literária".
"Descreve a força com que regimes violentos destroem sociedades inteiras, mas também a força indestrutível do espírito de resistência do indivíduo", acrescenta a organização.
Salman Rushdie sobreviveu a um ataque violento em agosto do ano passado, quando foi esfaqueado várias vezes em palco num festival literário no estado de Nova Iorque. Depois de uma longa recuperação, Rushdie acabou por recuperar e já disse que irá escrever um livro sobre o ataque e o trauma consequente.
O júri alemão do prémio reconheceu a sobrevivência de Rushdie, considerando que "apesar de grandes consequências físicas e psicológicas com as quais ainda está a lidar, ele continua a escrever - numa maneira imaginativa e profundamente humana".
"Honramos Salman Rushdie pela sua resiliência, atitude positiva na vida e pelo facto de enriquecer o mundo com o seu prazer pela narrativa", acrescentou.
O prémio alemão existe desde 1950 e dá 25 mil euros ao vencedor.
Há anos que Salman Rushdie é alvo de ameaças por causa da sua opus magna, os 'Versículos Satânicos', de 1988. A obra, que chocou a comunidade islâmica pela forma como aborda e ficciona o profeta Maomé, motivou a que o ayatollah Khomeini, do Irão, decretasse uma 'fatwa', o que constituiu praticamente uma condenação à morte pelo líder espiritual e chefe de estado iraniano, e o artista foi alvo de várias tentativas de assassinato que falharam.
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