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Teatro da Garagem com peça em cena a partir de Shakespeare e Aimé Césaire
O Teatro da Garagem apresenta, de 25 a 28 de janeiro, no Teatro Taborda, em Lisboa, a peça 'Outra tempestade', uma encenação de Carlos Pessoa a partir de textos de William Shakespeare e de Aimé Césaire.
© PixaBay
Cultura Teatro
Concebida a partir das peças 'Tempestade', de Shakespeare, e de 'Uma tempestade', reflexão e reinterpretação do clássico shakespeariano do escritor de origem martinicana Aimé Césaire, 'Outra tempestade' "servirá para invocar e contrapor, em metamorfose contínua, colonialismo ao pós-colonialismo, memória a pós-memória, realidade a fantasmagoria, justapondo passado, presente e futuros (im)possíveis", escreve o encenador Carlos Pessoa num texto de apresentação do espectáculo.
'Outra tempestade' "procura especular para além da dialética do Senhor/Escravo, Próspero/Calibã presente nas peças de Shakespeare e Césaire, abrindo outros caminhos", acrescenta o encenador e diretor artístico do Teatro da Garagem.
"E se Calibã e Miranda procriarem? E se encherem a ilha de calibãzinhos?", acrescenta Carlos Pessoa a propósito da história inventada da peça, na qual Calibã e Miranda se "transformam em Calibã-Próspero, mágicos do seu futuro, detentores de uma nova voz."
"Trata-se de revelar um novo álbum de família, num contexto onde uma verdadeira e derradeira tempestade assombra", conclui.
"Outra tempestade" é a mais recente criação do Teatro da Garagem e estreou-se em 11 de novembro, no Centro Cultural do Mindelo, Cabo Verde, na edição de 2023 do festival Mindelact, chegando agora a Lisboa.
Shakespeare terá escrito 'Tempestade' em 1610-1611. 'Outra tempestade', de Césaire, data de 1968.
Poeta, dramaturgo, político e ensaísta, Aimé Césaire nasceu e morreu em Martinica (1913-2008) e partilha com Léopold Senghor, Presidente do Senegal entre 1960 e 1980, o ideólogo do conceito de negritude.
Coproduzida pelo Teatro da Garagem, Mindelact e Teatro Nacional S. João, 'Outra tempestade' terá também representações, de 15 a 18 de fevereiro, no Teatro Carlos Alberto, no Porto.
Esta encenação tem dramaturgia de Cláudia Madeira, e é interpretada por Ana Lúcia Palminha, Deka Saimor, Emerson Henriques, Tiago de Almeida e Rafaela Jacinto.
A cenografia, adereços e figurinos são de Herlandson Duarte. Na assistência de encenação está Mariana Índias.
Leia Também: Fotografia e teatro dedicados ao 25 de Abril no Congresso dos Jornalistas
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