'A Mulher é uma Arma' celebra conquistas da mulher com Revolução
O espetáculo 'A Mulher é uma Arma', que se estreia no próximo dia 28, no Tivoli, em Lisboa, visa celebrar as conquistas da mulher com a Revolução dos Cravos, e festejar a efeméride, disse o seu criador, o músico Renato Júnior.
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Cultura 25 Abril/50 anos
O elenco de 'A Mulher é uma Arma' é o mesmo dos anteriores espetáculos: Ana Bacalhau, Katia Guerreiro, Luanda Cozetti, Patrícia Antunes, Patrícia Silveira, Rita RedShoes, Sofia Escobar e Viviane.
'As intérpretes gostam dos projetos e de cantar umas com as outras', argumentou.
As atuações das oito cantoras são acompanhadas por vídeos com imagens de época, nomeadamente, do 25 de Abril de 1974, com edição de conteúdos de Aurélio Vasques.
O alinhamento do espetáculo recupera textos líricos de autores como Manuel Alegre, Sophia de Mello Breyner Andresen e Maria Lamas, e canções de José Afonso, Sérgio Godinho e Chico Buarque, entre outros.
Renato Júnior realçou as 'muitas conquistas para todos, mas neste caso particularmente, para as mulheres' que a Revolução de Abril trouxe, tendo rompido com o 'espartilho que o Estado impunha à mulher, a quem cabia cuidar da família e estar em casa, enquanto o marido trabalhava' e 'dificultando o seu acesso, por exemplo, ao ensino universitário, o que automaticamente impedia a sua autonomia'.
'Hoje em dia tornou-se mais democrático a este nível, embora eu ache que há trabalho a fazer', acrescentou.
'Todos os aspetos relacionados com a liberdade e a cidadania, relativamente à mulher, viram a luz do dia com a Revolução de Abril', disse o músico à Lusa, referindo que esta ideia surgiu logo quando do primeiro disco 'Uma Mulher não Chora'.
'Tive uma conversa com estas minhas amigas, depois surgiu o projeto da Natália, que vai continuar na estrada, e depois lembrámo-nos deste projeto ligado ao 25 de Abril, para assinalar a efeméride'.
Sobre o projeto celebrativo do 25 de Abril de 1974, Renato Júnior disse: 'Nós revisitamos algumas obras minhas, mas essencialmente do José Mário Branco, do Sérgio Godinho, do Zeca Afonso, do Adriano Correia de Oliveira e por aí fora, com um ADN e com uns arranjos específicos criando um espetáculo e uma narrativa que é comemorar a mulher e a revolução'.
'Vou em dois ou três momentos buscar coisas minhas, mas o grosso é sempre a obra pré e pós revolucionária, daqueles temas emblemáticos que nós conhecemos'. Entre estes referiu 'Trova do Vento que passa', um poema de Manuel Alegre, musicado e originalmente interpretado por Adriano Correia de Oliveira, 'Inquietação', de José Mário Branco, 'Grândola, Vila Morena', do José Afonso.
'Temos também 'Eu Vim de Longe' [José Mário Branco], um tema do [Fernando] Tordo, ['Cai Cai', Ary dos Santos, Tordo], o 'E Depois do Adeus' [Paulo de Carvalho, José Niza, José Calvário], mas de uma forma muito específica, que não é cantado, há ali umas 'nuances'', adiantou Renato Júnior.
De sua autoria o músico referiu dois temas do seu primeiro disco a solo, 'A Vida que Eu Quiser' e o instrumental 'O Silêncio do Teu Olhar', com uma narrativa de autoria de Filipa Leal.
Num paralelismo entre os dois espetáculos, 'Natália é Quando Uma Mulher Quiser' e 'A Mulher é uma Arma', o músico afirmou: 'O 'Natália' é um espetáculo muito mais imersivo, mais preparado para salas, um espetáculo em que a única pessoa é Natália [Correia]. É um espetáculo com muita dramaturgia. E o 'A Mulher é uma Arma' tanto dá para salas como ao ar livre, tem um rol de canções que toda a gente conhece, é um espetáculo muito mais de festa e celebração. O da Natália é mais de reflexão [...]: entras no mundo da Natália, tens de beber as palavras dela. São dois conceitos distintos, rematou.
'A Mulher é uma Arma', depois da estreia, no próximo dia 28 no Tivoli, em Lisboa, inicia uma digressão nacional que passa por diversos concelhos, a anunciar.
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