A 58.ª edição do Festival da Canção já começou e no próximo sábado, dia 2 de março, decorre a segunda semi-final. No total, são 20 os concorrentes a querer representar Portugal na Eurovisão, em Malmö, na Suécia.
O Notícias ao Minuto falou com todos os artistas em competição, entre os quais está João Couto.
Segundo a RTP, João Couto venceu o concurso de talentos Ídolos, o que lhe deu a oportunidade de editar o primeiro álbum 'Carta Aberta' (2018), do qual sai o êxito radiofónico 'Canção Só'.
A convite de Pedro Pode, o músico participa, uma primeira vez, no Festival da Canção em 2019, com o tema 'O Jantar'.
Numa altura em que se encontra a trabalhar no terceiro longa-duração, candidata-se à livre submissão do Festival da Canção e é selecionado entre mais de 800 candidaturas. 2024 promete ser o ano em que João Couto abraça em pleno as suas influências pop.
Porque é que quis participar no Festival da Canção?
Estive no Festival em 2019 como intérprete, por completo acaso, a fazer a vez do Marlon. Interpretei o tema 'O Jantar', escrito pelo Pedro Pode, e graças a essa experiência fiquei a conhecer o Festival por dentro. Desde essa altura que se fixou em mim a vontade de um dia voltar, mas no papel de compositor. Sendo eu um artista que se assume, acima de tudo, como autor, era uma posição que ambicionava ter. Ser intérprete apenas não chegou para mim e queria um dia no palco do Festival mostrar o meu valor como um criativo e curador do meu trabalho. Queria fazer parte da história do evento dessa maneira. Então, quando senti que tinha a canção ideal em mãos, enviei-a para a livre submissão e, para meu espanto, apesar da quantidade absurda de candidaturas, consegui um lugar. Acima de tudo, estou muito feliz por estar aqui.
Já era fã do Festival da Canção? E da Eurovisão?
Do Festival da Canção sim, tive sempre curiosidade. Mas deste 2017 é que fiquei mesmo fã, daqueles que segue e ouve com entusiasmo as canções todas a concurso. O revamp trouxe ao de cima muito do melhor que se faz na música portuguesa hoje em dia e creio que é uma boa forma de medir o pulso da música atual, por isso tenho sempre muito interesse em seguir e ouvir. Quanto à Eurovisão, confesso que vejo mais na diagonal. Não tenho um conhecimento de todo enciclopédico, mas, de 2017 para a frente, ganhei uma curiosidade maior. O culto à volta deste evento é realmente uma coisa fascinante. Ver malta estrangeira tão investida e atenta a cenas musicais que não as deles — a nossa, por exemplo — à custa da Eurovisão, é muito revigorante.
Qual é para si a melhor música de sempre do Festival da Canção?
'Sol de Inverno' da Simone de Oliveira.
Que mensagem transmite a música 'Quarto para Um '?
É uma canção sobre lidar com aquele sentimento estranho, mas bonito, em que de repente tudo o que te é familiar já não te satisfaz, mesmo que sejas alguém reservado e tímido, porque encontraste uma ligação na tua vida que preenche aquele vazio em ti subestimado. Ou seja, é sobre descobrir que "casa" vai além daquilo que é um lugar físico: é conexão genuína com alguém especial. Por isso, quis fazer uma canção que espelhasse a frescura desse sentimento. É uma música pop, exatamente como eu gosto, super detalhada, desavergonhada e que transmite boa energia.
Consegue levantar um pouco o véu de como será a atuação?
Sigam-me nas redes, que volta e meia deixo lá uns ovinhos da Páscoa [risos].
Como estão a correr os ensaios? Com que frequência ensaia?
Muito bem. Têm sido exigentes, porque estou a treinar cada aspecto da performance, um de cada vez, dia após dia. Agora, nesta reta final, estou a entrar no processo de juntar tudo. Quero ir muito bem preparado para chegar ao palco e só ter que me divertir a cantar e não pensar em mais nada.
De que forma olha para as restantes canções e intérpretes desta edição do Festival?
Esta nova geração de compositores, artistas e produtores é das melhores que a música portuguesa já teve. Quem ouve o elenco de canções deste ano e não tem orgulho de ser português é uma pessoa muito diferente de mim.
Quais são as suas expectativas face à participação no Festival da Canção? O que seria um bom resultado?
Quero fazer uma boa atuação, que me orgulhe muito. Quero viver a experiência intensamente com os meus melhores amigos. Quero, também, trazer mais pessoas à minha música e ao meu trabalho e, espero eu, tocar mais este ano. Isso seria perfeito! O que seria um bom resultado? Que, independentemente do veredicto do público e do júri no Festival, o “Quarto para Um” sobreviva ao teste do tempo e continue a ser uma canção que toque e muito por aí, sendo parte da vida das pessoas.
Depois da participação no Festival da Canção, o que se segue?
Gravar e lançar o novo álbum, do qual o “Quarto para Um” fará parte. Se tudo correr como planeado, espero também tocar muito por aí estas novas canções. Esta nova fase vai ganhar muita vida ao vivo, tenho a certeza.
Que portas é que acha que o Festival da Canção pode abrir para o seu futuro?
Espero que traga mais ouvidos à minha música. Espero que crie pontes para mais colaborações e me abra horizontes como artista, como aconteceu no passado. E espero que me traga mais palcos.
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