A 58.ª edição do Festival da Canção começa já no próximo sábado, dia 24 de fevereiro. No total, são 20 os concorrentes a querer representar Portugal na Eurovisão, em Malmö, na Suécia.
O Notícias ao Minuto falou com os artistas em competição, entre os quais está MELA.
Mariana Fernandes Gonçalves nasceu em 1977 no Funchal e viveu na ilha da Madeira até aos 18 anos.
Em 2016, participou no The Voice Portugal e, três anos depois, em 2019, começou a compor as suas próprias músicas, passando para a composição para outros artistas no ano seguinte. Também em 2020, segundo a RTP, tirou o Curso de Produção e Criação Musical, na ETIC.
Atualmente, Mariana - ou MELA - é "estudante de Medicina, médica dentista e artista". Para este ano, está previsto o lançamento de um álbum de originais.
Porque é que quis participar no Festival da Canção?
Participar no Festival era um sonho que tinha desde pequena e especialmente desde que a Elisa participou em 2020. A partir desse ano, comecei a levar a composição de temas muito mais a sério e a trabalhar diariamente, até conseguir compor um tema que estivesse ao nível do Festival da Canção.
Já era fã do Festival da Canção? E da Eurovisão?
Sim, lembro-me de ver o Festival quando ainda era pequena, e sonhar poder cantar naquele palco. Hoje, participar como compositora, é ainda mais gratificante, pois não só cantarei no palco que sonhei, como estarei a interpretar uma canção que me é muito pessoal. Também acompanho a Eurovisão, especialmente desde que o Salvador [Sobral] venceu, e adoraria fazer parte dessa experiência.
Qual é para si a melhor música de sempre do Festival da Canção?
'Senhora do Mar' de Vânia Fernandes (composta por Andrej Babić e Carlos Coelho).
Que mensagem transmite a música 'Água'?
A 'Água' é uma canção de amor próprio. Surgiu numa altura muito difícil da minha vida, em que me encontrava completamente perdida, sem saber especificamente quem era e quem queria ser. A canção fala da transparência e em sermos 'claros como água', ou seja, sermos a nossa versão mais sincera, pura e verdadeira, sem medo de preconceitos ou opiniões. A canção é sobre assumirmos o nosso valor inerente, pois cada um de nós é único à sua maneira sem ter de provar nada a ninguém.
Consegue levantar um pouco o véu de como será a atuação?
Posso dizer que vamos ser muito fidedignos à música e à sua letra. Gostaria de vos contar mais… estou desejosa que vejam!
Como estão a correr os ensaios? Com que frequência ensaia?
Estão a correr bem, a canção é extremamente difícil de cantar, por isso começámos a preparação vocal há quatro meses. Tenho aprendido muita coisa e tem sido um processo muito gratificante.
De que forma olha para as restantes canções e intérpretes desta edição do Festival?
As canções deste ano deixaram-me extremamente feliz por ser portuguesa, e ver à minha volta tantos artistas com um talento inacreditável, sem medo de cantar em português. Tenho muito orgulho no caminho que a música portuguesa está a tomar, e fico muito feliz por vê-la a evoluir. Os intérpretes deste ano são pessoas que já admiro há muito tempo e é uma honra partilhar esta experiência com eles.
Quais são as suas expetativas face à participação no Festival da Canção? O que seria um bom resultado?
Acredito que ter entrado no Festival já excedeu todas as minhas expectativas, e tudo o que venha desta experiência é um bónus. Ter esta oportunidade é mais do que algum dia imaginei, portanto, a minha única expectativa é dar o meu melhor na atuação e, especialmente, não cair em palco!
Depois da participação no Festival da Canção, o que se segue?
Depois da participação no Festival, há muita música nova à espera de sair. Estou há mais de dois anos a produzir o meu primeiro álbum, que estará pronto no fim deste ano e mal posso esperar que saia.
Que portas é que acha que o Festival da Canção pode abrir para o seu futuro?
Acredito que muitas portas irão abrir-se graças ao Festival, pois permite apresentar a minha música ao país, e permite que as pessoas me ouçam e conheçam o meu trabalho. Permite difundir muito mais as minhas canções a um público muito abrangente, algo que de outra forma não seria possível.
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