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Produtor Paulo Branco quer concluir projeto 'O lavagante'

O produtor Paulo Branco vai concluir o projeto do filme que o realizador António-Pedro Vasconcelos queria fazer, de adaptação da obra "O lavagante", de José Cardoso Pires, anunciou hoje a produtora Leopardo Filmes.

Produtor Paulo Branco quer concluir projeto 'O lavagante'
Notícias ao Minuto

19:17 - 06/03/24 por Lusa

Cultura António-Pedro Vasconcelos

Em homenagem ao cineasta, que morreu aos 84 anos, a produtora "irá concluir este projeto e anunciará em breve quem irá realizá-lo", lê-se numa mensagem partilhada nas redes sociais por Paulo Branco, através da Leopardo Filmes e Medeia Filmes, produtora e exibidora, respetivamente, que dirige.

António-Pedro Vasconcelos morreu em Lisboa, a poucos dias de completar 85 anos, que celebraria no domingo, 10 de março, revelou a família em comunicado.

Em 2022, quando lançou o mais recente título da sua filmografia, a longa-metragem "Km 224", António-Pedro Vasconcelos contou à agência Lusa que estava a desenvolver, com Paulo Branco, um projeto de adaptação de 'Lavagante', uma obra inacabada do escritor José Cardoso Pires, editada a título póstumo em 2008.

O filme conta com apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual e, segundo a produtora, "a rodagem estava prevista arrancar este verão".

Em 2022, na mesma entrevista à Lusa, o realizador disse que 'O lavagante' era um filme que lhe interessava "porque tem um grande conflito e ajuda os mais jovens a perceberem o que foi o fascismo".

"É um filme de certa maneira mais duro sobre o que foi a ditadura. Peguei no conto, a família do Cardoso Pires aceitou que fizesse a adaptação", explicou António-Pedro Vasconcelos, que assinou o argumento adaptado.

Paulo Branco já tinha produzido 'Km 224', retomando uma colaboração com António-Pedro Vasconcelos que estava interrompida há mais de trinta anos.

Paulo Branco foi assistente em 'Perdido por cem...' (1973), a primeira longa-metragem de ficção de António-Pedro Vasconcelos, e produziu o filme seguinte, 'Oxalá' (1981), sendo uma das suas primeiras produções de cinema.

A rutura deu-se ao terceiro filme, 'O lugar do morto' (1984), um dos maiores sucessos de Vasconcelos. 'Desentendemo-nos e foi uma coisa um bocado traumática para os dois. Separámo-nos e deixámos de nos dar e eu acabei por produzir o meu filme. Durante anos ele fez a sua vida e eu fiz minha", disse o realizador.

Para a Leopardo Filmes, António-Pedro Vasconcelos foi "um dos mais reconhecidos e multifacetados realizadores portugueses, e um dos impulsionadores de uma segunda vaga do cinema novo português".

Leia Também: António-Pedro Vasconcelos? "Obreiro decisivo" da geração do Cinema Novo

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