O responsável pela organização da Mostra de Fotografia & Autores (MFA) do Porto, Bruno Portela, considerou, citado em comunicado, que a fotografia é "uma arma contra a indiferença, porque a arte também é uma ação política" e, nos 50 anos do 25 de Abril, "é no Porto liberal que a MFA celebra a liberdade, através do olhar dos fotógrafos".
"A história recente do país, com a pandemia, ou as lutas pela liberdade noutras geografias permitem aos visitantes um olhar transversal e eclético sobre a sociedade contemporânea", acrescentou o dirigente da associação CC11, que visa divulgar a fotografia como intervenção social e artística.
A MFA Porto junta 19 exposições de fotografia, quatro delas coletivas, e uma exposição de 'cartoons', produzida em parceria com a Casa da Imprensa num espaço que irá também acolher vários eventos, desde visitas comentadas com autores, debates, lançamento de livros ou mercado de autor.
Uma das exposições coletivas é promovida por fotógrafos do norte do país, sob a bandeira "Colectivo", que junta António Pedrosa, Lara Jacinto e Miguel Proença que, em resultado do convite da CC11, irão apresentar visões fragmentárias do Clube dos Fenianos, que comemora 120 anos de existência.
A exposição "Aurélio Paz dos Reis, Uma Vida" é uma seleção do espólio de família deste portuense nascido em 1862, reconhecido como um "fotógrafo exímio" e que produziu das "mais belas fotografias da viragem do século".
O nortenho Nelson Miranda, com a sua exposição "Fundação Lar do Emigrante Português no Mundo" mostra o olhar sobre quem está fora e leva Portugal consigo, enquanto o fotojornalista Paulo Pimenta retrata o "Corpo em dança".
Natural de Barcelos, André Rodrigues mostra na MFA Porto a sua exposição "Ponto de Chegada" e a portuense Joana Dionísio traz "Um mundo que fala ao teu ouvido".
"Segura e firme não está nenhuma pedra" é o nome da exposição individual do também arquiteto portuense Francisco Ascensão, enquanto Elisa Freitas, fotógrafa independente de Guimarães, mostra o seu projeto "Na hora da verdade, não sabia como lê-las".
Também do norte peninsular, a MFA traz outro nome que fala galego. De Ourense vem Tono Arias, um fotojornalista de vários meios galegos e espanhóis, que traz a sua exposição "Encarnados".
Outras exposições fazem parte da MFA Porto, "num ato de cidadania contra a indiferença para levar os cidadãos a pensar sobre um mundo em transformação".
Luísa Ferreira apresenta "A Evolução é Silenciosa", Clara Azevedo mostra os "365 Dias que Mudaram as Nossas Vidas", Valter Vinagre traz "Animais de Estimação", Ana Brígida mostra "Na Terra", enquanto "Aqui um homem matou uma mulher" é a proposta fotográfica de José Carlos Carvalho.
O olhar de Enric Vives-Rubio sobre a pandemia é o que propõe "Confins" e o argentino Horacio Villalobos transporta o espectador para 1973, com o seu "Golpe de Estado no Chile".
Entre as exposições coletivas é destaque o projeto "Casa", que junta 27 fotógrafos, "Kioskzine", de 13 autores, e "Edição Limitada" é o projeto maior da exposição, que junta 67 fotógrafos.
Depois de Lisboa e Faro, "agora é a vez do Porto e do Norte do país verem o trabalho de alguns dos melhores autores portugueses e internacionais", sendo que desta vez, na MFA Porto, Cristina Sampaio mostra os seus melhores 'cartoons' de 2023, um trabalho que já a levou a vários títulos internacionais.
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