As autoridades suecas anunciaram, esta quarta-feira, que irão reforçar a segurança na cidade de Malmö durante o próximo mês, quando se realiza o Festival Eurovisão da Canção. Em causa está o anúncio de manifestações e ações contra a participação de Israel.
"A segurança vai ser rigorosa", disse Petra Stenkula, chefe da polícia de Malmö, em conferência de imprensa. "Desta vez, haverá muita polícia em Malmö, com o seu armamento habitual, mas também com armas mais pesadas".
Também o diretor de segurança da cidade, Per-Erik Ebbestahl, garantiu que "para os vários eventos ligados à Eurovisão, as medidas de segurança serão claramente visíveis".
Segundo a agência de notícias The Associated Press, vários ativistas pró-Palestina anunciaram duas grandes manifestações no centro da cidade contra a participação de Israel, que está a levar a cabo uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.
As manifestações surgem após apelos - de ativistas e músicos - a pedir que o país do Médio Oriente fique fora do evento, algo que a União Europeia de Radiodifusão (UER) negou. Na semana passada, a organização defendeu que a "decisão de incluir qualquer emissora" no festival, incluindo a israelita Kan, é "da exclusiva responsabilidade dos órgãos diretivos da UER e não dos artistas individuais".
"Estes artistas vêm à Eurovisão para partilhar a sua música, a sua cultura e a mensagem universal de unidade através da linguagem da música", sublinhou a UER, lembrando que "já explicou anteriormente o motivo da inclusão da KAN" e as "diferenças" entre a emissora israelita e outras que foram "excluídas", como é o caso, por exemplo, da Rússia.
A menos de três semanas do festival, que se realiza entre os dias 7 e 11 de maio, as autoridades suecas - que, em 2023, elevaram o alerta para terrorismo do nível três para quatro numa escala de cinco - prepararam-se para receber reforços de outros países, como da Noruega e da Dinamarca.
"Temos uma ameaça terrorista de nível quatro, por isso não podemos esvaziar toda a Suécia de agentes da polícia" durante o concurso de música, disse Stenkula.
Israel, recorde-se, estreou-se no festival europeu em 1973, uma vez que, segundo as normas do concurso, todos os membros ativos da União Europeia da Radiodifusão - ou seja, que façam parte da Área Europeia de Radiodifusão e que pertençam ao Conselho da Europa - podem participar.
A israelita Eden Golan sobe ao palco na segunda semifinal da 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, marcada para o dia 9 de maio, com o tema 'Hurricane'.
Antes de 'Hurricane', a emissora israelita Kan tinha apresentado o tema 'October Rain', que não foi aceite pela UER, por fazer referência ao brutal ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro.
Leia Também: Eurovisão pronuncia-se sobre polémica com Israel: "Inaceitável e injusto"