Quando a representante israelita esteve hoje em palco, durante a segunda semifinal da 68.ª edição do concurso, ouviram-se assobios, nomeadamente na parte inicial da atuação. Já na quarta-feira, nos ensaios, que tal como as semifinais e final são abertos ao público, a representante de Israel, Eden Golan, tinha sido vaiada por alguns dos presentes.
Hoje à tarde, milhares de pessoas percorreram as ruas de Malmö a pedir a expulsão de Israel do Festival Eurovisão da Canção, por causa da ofensiva levada a cabo por aquele país na Faixa de Gaza.
De acordo com a agência espanhola EFE, o protesto, que teve início às 16h00 locais (15h00 em Lisboa), foi convocado pela plataforma Parem Israel, pela paz e por Palestina livre, que agrupa mais de 60 organizações.
Na segunda semifinal, que começou hoje às 21h00 locais (20h00 de Lisboa) competiam 16 canções, pelos últimos dez lugares disponíveis na final.
Além de Israel, conseguiram também um lugar na finalh Letónia, Áustria, Países Baixos, Noruega, Grécia, Estónia, Suíça, Geórgia e Arménia.
De fora da final ficaram hojeh Malta, Albânia, República Checa, Dinamarca, São Marino e Bélgica.
Os dez escolhidos hoje, juntam-se a outros tantos escolhidos na primeira semifinal, que decorreu na terça-feirah Sérvia, Portugal, Eslovénia, Ucrânia, Lituânia, Finlândia, Chipre, Croácia, Irlanda e Luxemburgo.
Na final, marcada para sábado, aos 20 países selecionados nas duas semifinais juntam-se em competição os chamados 'Big Five' (França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália) e o país anfitrião.
Embora não estejam em competição, na semifinal de hoje serão apresentados os temas de Espanha, França e Itália.
A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção está a ficar marcada pelo conflito israelo-palestiniano.
O conflito, que dura há décadas, intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com o país liderado por Benjamin Netanyahu a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.
Vários apelos foram feitos por representantes políticos e artistas europeus à União Europeia de Radiodifusão (EBU, sigla em inglês), para que a participação de Israel no concurso fosse vetada.
Entre os vários apelos, no final de março, representantes de nove países, incluindo Portugal, assinaram uma carta na qual pediam um "cessar-fogo imediato e duradouro" na guerra na Palestina e o regresso de todos os reféns israelitas.
Na carta, os artistas começavam por afirmar que reconhecem "o privilégio de participar na Eurovisão", mas que não se sentem "confortáveis em ficar em silêncio" perante a "situação atual nos Territórios Palestinianos Ocupados, em particular em Gaza e em Israel".
Além da representante de Portugal, assinaram a carta os intérpretes da Irlanda, Noruega, São Marino, Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Lituânia e Finlândia.
Na altura, a EBU recordou que o festival é um evento "apolítico". No entanto, em 2022 foi decidida a expulsão da Rússia do concurso na sequência da invasão da Ucrânia.
Entretanto, no domingo, Iolanda apresentou-se na 'passadeira turquesa' (onde desfilam os representantes de todos os países, marcando assim o início dos espetáculos ao vivo do concurso), em Malmö, com um vestido de uma marca palestiniana e as unhas pintadas com o padrão do 'keffiyeh', um lenço que é símbolo da resistência palestiniana.
Na terça-feira, o conflito foi levado para palco, durante o número de abertura da primeira semifinal, pelo cantor Eric Saade, que representou a Suécia no concurso em 2011 com "Popular".
Eric Saade, de ascendência palestiniana, cantou com a mão esquerda envolta num 'keffiyeh'.
Israel foi o primeiro país não europeu a poder participar no concurso de música, em 1973, e ganhou quatro vezes, incluindo com a cantora transgénero Dana International, em 1998.
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