A artista portuguesa Jüra estreia-se esta semana com o seu primeiro álbum de estúdio, trazendo ao mundo 'sortaminha'.
O trabalho, que inclui participações de outros artistas como L-Ali e Real GUNS, é disponibilizado ao público geral esta quinta-feira, para transmitir histórias, mais uma vez, de amor, tal como já é frequente nos trabalhos desta artista de Alcobaça, que completou os seus estudos no Chapitô, em Lisboa.
Jüra - nome artístico de Joana Silva - já tinha dado a conhecer três das músicas que compõem o álbum ('avidadá', 'tudoparachegarati' e 'coração') e dá, agora, um passo em frente na sua carreira, após lançar vários 'singles' de sucesso e participações em diferentes festivais nacionais.
Ao Notícias ao Minuto, a artista fala sobre as suas expectativas, o seu processo criativo e as mensagens que quer transmitir com este trabalho de estúdio.
O 'sortaminha' é álbum de estreia, mas a carreira já começou em 2019 e já lançou vários 'singles'. Que ensinamentos dos últimos cinco anos estão impressos neste disco?
A minha música reflete o que vivo e este álbum vem com um ensinamento muito importante, pessoal. O amor não dói. Foi o que de mais importante aprendi. E foi o amor bonito que estou a viver que inspirou este álbum, que contém as minhas primeiras muitas canções felizes.
'coração', como muitas outras canções suas, fala de amor, relacionamentos, convivência... Por que razão o ênfase nestes temas é comum nas suas músicas?
Sou caranguejo. Não há nada mais importante para mim do que amar, que o amor. Por isso é o tema mais recorrente nas minhas canções, por ser o que mais me importa - a forma como nos relacionamos uns com os outros e o que isso nos faz sentir.
[Produzir o 'sortaminha'] foi em parte mais fácil por ter trabalhado maioritariamente com quatro produtores que admiro muito e que fazem parte da minha vida
Que diferenças sentiu, principalmente, entre editar os 'singles' que foram saindo até agora e este álbum de estúdio? Foi mais difícil?
Não, foi igualmente natural. Posso dizer que foi em parte mais fácil por ter trabalhado maioritariamente com quatro produtores que admiro muito e que fazem parte da minha vida, DØR, Miguele, L-ALI e NED FLANGER, que fez com que todas nascessem num ambiente muito descontraído e feliz. A verdade é que a maioria destas canções nem foram trabalhadas em estúdio, a maior parte do álbum foi criado e gravado numa casinha de um amigo meu na Lagoa de Albufeira nos cinco dias que lá passámos juntos.
Tem uma forma muito particular de escrever, seja nas letras das canções ou nas publicações que faz nas redes sociais. O que a leva a optar por esta escrita, em que tende a juntar as palavras e a escrevê-las conforme se pronunciam?
Comecei a escrever assim quando andava no Chapitô, uma escola de circo que me ensinou a liberdade de criar. Comecei a escrever como falo só porque sim. Porque me fez sentido.
Gosto de fazer nascer as canções quando as posso fazer logo ali. Não sou de resgatar rascunhos
Como é a sua abordagem à escrita? Tenta fazê-lo de forma rotineira, ou é à medida que as ideias vão surgindo?
Muito raramente escrevo se não for para gravar. E se escrever nunca uso para nada. Gosto de fazer nascer as canções quando as posso fazer logo ali. Não sou de resgatar rascunhos. Gosto de me conectar com o que estou a sentir no momento. Porque de um momento para o outro, tudo pode mudar.
Vai atuar no NOS Alive, a 12 de julho, no palco WTF Clubbing. Que expectativas tem para este concerto? Acha que a sua música se adapta bem ao ambiente de festival de música?
Sim, principalmente neste álbum que tem sonoridades muito diferentes do que fiz em projetos anteriores. São para refletir enquanto se dança. Para abanar a cabeça e o mundo. Estou muito feliz por poder voltar ao NOS Alive agora num palco diferente e será sem dúvida um concerto inesquecível.
Uma vez editado o 'sortaminha', que planos futuros tem na carreira?
Continuar. A transformar a vida e o que nela aprendo em canções. E cruzar mais e cada vez mais as outras artes que fazem parte de mim, como a dança e o circo.
Que mensagens é que espera que fiquem nos corações do público quando o álbum estiver disponível?
Como sempre inspirar o público a refletir, sentir, conhecer-se, cuidar de si e dos outros. Lembrar toda a gente que o amor é um lugar de paz, reciprocidade. E que só aí devemos ficar. Que a vida deve ser um lugar para celebrar.
Prémios PLAY? É sempre bom sermos reconhecidos pelo nosso trabalho. É mais uma escadinha nas muitas por que tenciono passar
E que expectativas tem para a nomeação para artista revelação dos Prémios PLAY? Como se sentiu ao saber desta nomeação?
Fiquei muito feliz, porque é sempre bom sermos reconhecidos pelo nosso trabalho. É mais uma escadinha nas muitas por que tenciono passar e tenho a certeza de que a gala dos prémios [que terá lugar esta quinta-feira] vai ser uma experiência muito linda de se viver.
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