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"O público aceitou sempre o desafio de tentar perceber onde é que eu ia"

O músico David Fonseca, que assinala 25 anos de carreira na digressão "Still'25", assume-se "muito feliz" porque o público "aceitou sempre o desafio de tentar perceber onde é que ia", mesmo quando lançou discos "um bocadinho mais complicados".

"O público aceitou sempre o desafio de tentar perceber onde é que eu ia"
Notícias ao Minuto

13:18 - 21/07/24 por Lusa

Cultura David Fonseca

A digressão de três dezenas de datas agendadas para este ano vai a meio e David Fonseca teve já 11 lotações esgotadas, no espetáculo em que conta a história da sua carreira, dos Silence 4 à atualidade. 

 

"Na realidade não me posso queixar. Fico muito feliz por as pessoas terem acompanhado este percurso com imenso interesse, mesmo que muitas vezes as canções e os discos que eu trazia fossem um bocadinho complicados e difíceis para aquilo que é o 'mainstream'".

O público, contudo, "aceitou sempre o desafio de tentar perceber onde é que eu ia". Assim, desenvolveu uma relação especial com o artista.

"As pessoas começaram a acompanhar-me a mim, mais do que de canção em canção. A minha carreira acabou por despertar um certo interesse naquilo que eu quero fazer e nesse desafio que as pessoas sentem que a minha música traz".

Para este exercício de levar a palco 25 anos de música, David Fonseca fez algo a que raramente se dedica: "É como se começasse a rever tudo aquilo que fiz e tentar perceber como foram estes anos até aqui".

Fê-lo "pela primeira vez com alguma atenção" e descobriu nas suas composições "as diferenças ao longo dos anos".

Por essa razão, "Still'25" é também "uma novidade também para mim", porque "nunca foi um objetivo meu parar de fazer música para olhar o que tinha feito". "Não sou um artista muito nostálgico", sublinhou. 

Ao palco leva "um espetáculo muito interativo, quase multimédia", marcado por "uma certa teatralização". O resultado é "muito diferente daquilo que se costuma fazer por cá".

Essa é, aliás, uma característica dos espetáculos que prepara, em que procura criar uma relação intensa com o público ao vivo, de modo a fazer "as pessoas voltar para ver um espetáculo novo", pela "diferença que todas as digressões têm de umas para as outras". 

"Comecei a perceber que se fosse uma experiência completamente diferente, num espaço onde o inesperado era uma percentagem muito grande daquilo que iam ver, provavelmente voltavam. E foi isso que aconteceu".

Em consequência, "ao longo destes anos todos tenho tido a sorte de continuar a ter vivência pública e de continuar a encher salas". 

Na primeira metade da nova digressão de 2024, sente "as pessoas muito ansiosas por estar num sítio" e, com "Still'25", consegue que estejam "longe dos ecrãs, dos telemóveis, das televisões e da internet", criando um ambiente que "nos une de alguma maneira e nos aproxima". 

David Fonseca deu um concerto em Águeda, no sábado, com Cláudia Pascoal como convidada. Mas no seu pensamento estão já os espetáculos de maior escala, em outubro, no Altice Forum Braga, no dia 31, e em novembro nos coliseus do Porto (dia 15) e de Lisboa (dias 16 e 17).

"Vamos ter uma produção muito específica para essas datas, porque vejo este tipo de salas como uma oportunidade de fazer algo completamente diferente", procurando apresentar "uma coisa que nunca ainda ninguém viu". 

Esse desafio deixa-o a ele e à equipa "muito nervosos", porque serão concertos "diferentes, não só para as pessoas mas também para nós". 

Para 01 de dezembro está prevista a única data de "Still'25" fora de Portugal, no The Jazz Cafe, no Reino Unido.

"Já toquei em Londres com os Silence 4 há muitos, muitos anos. Agora vou tocar pela primeira vez a solo. Vai ser uma abordagem diferente. Fiquei muito feliz por ter tido este convite e lá estarei. Vamos ver se me vai correr bem".

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