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Teatro de Amesterdão rescinde com encenador Ivo van Hove após denúncias

O Teatro Internacional de Amesterdão (ITA, na sigla original) anunciou na quarta-feira que rescindia imediatamente "e por mútuo acordo" a colaboração de 23 anos com o encenador belga Ivo van Hove na sequência de denúncias sobre um ambiente laboral tóxico.

Teatro de Amesterdão rescinde com encenador Ivo van Hove após denúncias
Notícias ao Minuto

18:01 - 23/08/24 por Lusa

Cultura Teatro

Em causa estão alegações sobre a existência de um ambiente de trabalho tóxico e ameaçador sob a liderança de van Hove enquanto diretor artístico da maior sala de teatro dos Países Baixos, cargo que abandonou no ano passado, apesar de manter ligações à instituição.

 

Segundo a direção do ITA, em comunicado, a decisão de pôr termo à colaboração com o encenador de 65 anos foi acompanhada de uma demissão "com efeitos imediatos" de todo o conselho de supervisão do teatro, com vista a uma mudança geral da cultura de trabalho da organização.

"A apreciação pelo contributo artístico de Ivo van Hove mantêm-se, mas existe a necessidade de terminar a colaboração com ele. Tomando estes passos e criando o espaço para o restauro e a transparência, os interesses de todos os envolvidos são levados a sério", disse, citado no comunicado, o diretor-geral do ITA, Clayde Menso.

Aquele responsável acrescentou que "reconhecer a dor do passado e tomar medidas concretas é essencial para um trabalho em conjunto com os nossos colegas em direção a um ambiente de trabalho seguro, a um restaurar da confiança entre trabalhadores e parceiros e o futuro do ITA".

Van Hove estava no ITA desde 2001, período durante o qual definiu a direção artística da instituição como diretor e conselheiro.

Com passagens frequentes por Portugal, a mais recente encenação de Ivo van Hove apresentada em território nacional foi a peça 'Quem matou o meu pai', numa tradução, encenação e adaptação própria do texto de Édouard Louis, na 38.ª edição do Festival de Almada, em 2021.

Recentemente, surgiram queixas que alegavam que van Hove tinha criado um ambiente de trabalho inseguro, com uma cultura de medo e falta de inclusão. Esse "comportamento inadequado" teria sido encoberto e os responsáveis protegidos, de acordo com a conclusão de uma das duas investigações publicadas em julho.

Os relatórios denunciaram tanto violência física durante os ensaios, como insultos e repreensões a jovens atores ou funcionários do teatro, e sublinharam que a cultura de trabalho tóxica dentro da ITA consistia na permissividade do abuso de poder.

Em 2023, Van Hove deixou subitamente o cargo de diretor artístico, após 22 anos, mas manteve-se como diretor convidado e conselheiro do grupo de teatro, mantendo um salário de 145 mil euros por ano.

Van Hove tencionava criar uma peça com o elenco de atores da ITA, em 2025, para o prestigiado festival alemão Ruhrtriennale, do qual é diretor artístico desde o ano passado.

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