Com quase 100 carros antigos, incluindo um Lancia Astura de 1939 e um Mercedes-Benz 300SL "Asas de Gaivota", o MAM tem também 500 vestidos e acessórios de moda únicos, de designers como Mariano Fortuny, Versace ou Galliano.
"É a minha maior preciosidade", disse à Lusa a atriz, que herdou o museu após a morte do pai, João Manuel Magalhães, juntamente com a mãe e o irmão. "É uma fase nova para o museu e para nós. Queremos que seja conhecido em Portugal também".
O empresário do têxtil João Manuel Magalhães tentou sem sucesso abrir o museu em território nacional durante dez anos, tendo finalmente conseguido apoio em Espanha depois de escrever uma carta à princesa Letizia. De 2010 para cá, o MAM tornou-se numa das principais atrações culturais e turísticas em Málaga, algo que Kika Magalhães quer expandir internacionalmente.
"Queremos fazer colaborações com outros artistas, outros museus, outros designers", indicou, acrescentando que há a possibilidade de usar o museu para eventos ligados ao cinema e até para filmagens.
Conhecida pelos filmes independentes "Os Olhos da Minha Mãe" e "A Rapariga no Banco de Trás", que esteve nos cinemas portugueses este ano, Kika Magalhães estreou recentemente uma curta com Sam Raimi, realizador da trilogia Homem-Aranha entre 2002 e 2007. A atriz gostaria de ligar a sua arte ao museu, que considera ter muito potencial pelo conceito único e as peças colecionadas pela família ao longo de décadas.
Um dos próximos projetos da equipa é o MAM Fashion Forum, que vai acontecer entre abril e maio de 2025. "Queremos que seja a aglomeração do mundo da moda no Sul de Espanha, onde convidamos várias pessoas influentes", explicou Kika Magalhães.
O tema do evento será a moda 'street style', com cerca de uma dezena de oradores e uma audiência em torno de 200 pessoas. "Neste momento, estamos a organizar o evento deste ano e a ver quem é que vamos trazer".
No ano passado, o foco foi o legado de Paco Rabanne, com a presença do sobrinho e da assistente pessoal, além de designers que se inspiraram na sua obra.
O irmão, João Magalhães, explicou que o museu tem estado em evolução e que a equipa de 15 pessoas que trabalha localmente é dinâmica.
"Nós agora estamos a investir mais fortemente no marketing e vender a imagem do museu, porque sentimos que é o crescimento natural, crescimento orgânico", afirmou.
"É um museu do pensamento, é um museu da beleza", descreveu. "Além desta epifania fantástica que o meu pai teve que, depois de inaugurar o museu em 2010 só de automóveis, passados dois anos decidiu juntar também a moda".
Na altura, dececionado pela falta de interesse em Portugal, João Manuel Magalhães investiu sobretudo em Espanha. Os herdeiros querem mudar isso. "Queremos muito que as pessoas nos venham visitar", disse o filho João Magalhães.
A mãe, Maria Filomena, considerou que se trata de um museu português, apesar de estar em Espanha, e lembrou o processo difícil mas também a perseverança do marido, que nunca desistiu do sonho. "Era uma teimosia, tinha que se fazer. Teimou-se até que se conseguiu".
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