O álbum foi gravado na Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo, no distrito de Setúbal, entre abril e julho do ano passado, e dá continuidade à série de registos exclusivamente dedicados à obra de Peixinho, iniciada em 2006, disse à agência Lusa Ricardo Mateus, do GMCL.
'Jorge Peixinho IV', o álbum, inclui as obras 'Estrela' (1966), 'Ulivi Aspri e Forti I' (1982) e 'Situações 66' (1966), que serão apresentadas nos dois concertos, e ainda 'Coral I' e 'Revisitações IV - 25 de Abril em Portugal', peça gravada sob a direção de Joan Pagès Valls.
Na próxima sexta-feira, dia 17, às 18h00, 'Jorge Peixinho IV' será apresentado no Palácio dos Arciprestes, em Linda-a-Velha, Oeiras. Na segunda-feira dia 20, à mesma hora, será a vez de o GMCL levar o programa à Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo, terra natal do compositor. Os dois concertos têm entrada livre.
Em Linda-a-Velha, a apresentação do programa estará a cargo do diretor artístico do GMCL, José Sá Machado, e do maestro Rui Pinheiro.
As obras de Peixinho serão interpretadas sob a direção maestro Rui Pinheiro, por músicos do GMCL, nomeadamente, a meio-soprano Susana Teixeira, o flautista João Pereira Coutinho, o clarinetista Luís Gomes, o trompetista Hugo Santos, o violetista Ricardo Mateus, a harpista Inês Cavalheiro e a pianista Dana Radu.
No Montijo, na segunda-feira, o violoncelista Jorge Sá Machado junta-se a Rui Pinheiro e José Sá Machado, para apresentação e comentários do programa.
Estas apresentações inserem-se na celebração do 85.º aniversário de Jorge Peixinho (1940-1995).
Todas as obras do disco, exceto 'Recitativo IV' foram gravadas sob a direção do maestro Rui Pinheiro. O álbum contou com a participação dos músicos que se apresentam nos dois recitais, e ainda com Paulo Amorim (guitarra) e Fátima Juvandes (percussão).
Jorge Peixinho (1940-1995) estudou composição e piano no Conservatório Nacional de Lisboa de 1951 a 1958, tendo sido aluno do pianista Artur Santos e do compositor Jorge Croner de Vasconcelos. Realizou uma pós-graduação em Composição Musical na Academia Nacional de Santa Cecília, em Roma, que concluiu em 1961, sob orientação dos compositores Boris Porena e Goffredo Petrassi.
Durante este período também trabalhou em Veneza com o compositor Luigi Nono, e na Academia de Música de Basileia, com os compositores Pierre Boulez e Karlheinz Stockhausen.
Peixinho foi nome regular no Darmstädter Ferienkurse, como aluno e professor, durante a década de 1960. A sua atividade docente nos cursos de música contemporânea no Conservatório de Lisboa e noutras instituições em Portugal e na América do Sul remonta a 1962.
Em 1970, criou o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, com Clotilde Rosa, e entre 1972 e 1973 trabalhou no ateliê do Institute for Psychoacoustic and Electronic Music (IPEM), da Universidade de Gante, na Bélgica. Foi membro do Conselho Presidencial da Sociedade Internacional de Música Contemporânea.
'Jorge Peixinho IV' e os anteriores três álbuns do GMCL dedicados à obra de Jorge Peixinho foram editados pela discográfica espanhola La Mà de Guido, de Barcelona.
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