A cantautora Luísa Sobral estreia-se no romance com 'Nem Todas as Árvores Morrem de Pé', uma história de duas mulheres unidas pela desilusão e pelos cinquenta anos mais tristes da história da Alemanha, desde antes da ascensão ao poder de Hitler até à construção do Muro de Berlim, um livro a ser publicado pela Dom Quixote.
Na mesma chancela, o poeta Fernando Pinto do Amaral regressa à ficção com "Contos Suicidas", composto por 17 narrativas que questionam a atração pela morte e os motivos que levam as pessoas a pôr fim à vida.
Outra novidade é a publicação de 'Poesia, Substantivo Feminino', uma compilação de 50 poemas da autoria de 25 mulheres poetas nascidas depois do 25 de Abril, organizada pelo escritor e editor Manuel Alberto Valente, que, numa nota prévia à edição, esclarece que esta antologia surge da sua convicção de que a qualidade média da poesia escrita por mulheres nascidas depois daquela data é, em linhas gerais, superior à escrita por homens nascidos no mesmo período.
'Diálogos com Lídia Jorge', de Carlos Reis, é outro dos destaques da Dom Quixote, uma obra entre a biografia e o testemunho, que dá a conhecer melhor a vida, o pensamento e a obra daquela que é considerada a mais importante escritora portuguesa da atualidade.
No âmbito da literatura traduzida, a mesma chancela traz para o mercado livreiro nacional o mais recente romance do escritor italiano Paolo Cognetti, 'Lá em Baixo no Vale', a história de dois irmãos, tendo como pano de fundo o cenário favorito do autor, o campo e a vida na montanha.
O mais recente livro do escritor norte-americano Amor Towles, 'Mesa para Dois', é outra das novidades da Dom Quixote para fevereiro, uma compilação de seis contos e uma novela, cuja primeira história se desenvolve entre a Rússia e os Estados Unidos, em torno de um camponês chamado Pushkin, e as outras, ambientadas em Manhattan, são herdeiras de Gogol, Tchékhov ou até Pushkin, marcadas pela mesma deriva moral, pelo existencialismo, a duplicidade, o vício e o amor ao belo.
Dois romances nomeados para o Prémio Booker Internacional, de dois autores até agora inéditos em Portugal, serão também publicados pela Dom Quixote neste mês: "Simpatia", do venezuelano Rodrigo Blanco Calderón, e "Amor na Grande Cidade", do sul-coreano Sang Young Park.
O primeiro é um romance tragicómico e grotesco sobre cães, amor, cinema, herança e identidade, que reflete de forma bastante irreverente sobre o chavismo e as míticas figuras do libertador Simon Bolívar e do seu cão.
O segundo é um romance de formação sobre um jovem 'gay' em busca da felicidade, escrito com humor, que conduz o leitor até às noites fulgurantes de Seul e às suas manhãs enevoadas, enquanto traça um retrato irónico e inteligente da solidão vivida nas grandes metrópoles.
Entre as novidades da Quetzal, encontra-se 'O Que Está para Vir', de Helena Vasconcelos, memórias da sua vida com o artista plástico Julião Sarmento, com quem viveu 14 anos, um livro que a própria descreve como "as memórias possíveis de um tempo de amor e amizade, para além da vida e da morte".
A Porto Editora estreia em Portugal a autora espanhola Marta Pérez-Carbonell, com 'Nada Mais Ilusório', no mesmo mês em que publica um novo livro da também espanhola Rosa Montero, 'Instruções para Salvar o Mundo'.
A Livros do Brasil traz um clássico inédito: 'Eu?', do alemão Peter Flamm (1891-1963), pseudónimo de Erich Mosse, que era também psiquiatra e foi médico de figuras como Albert Einstein e Charlie Chaplin.
A Assírio & Alvim vai publicar 'Sossega este Coração: cartas de amor', de Friedrich Hölderlin e Susette Gontard, bem como, na área da poesia, 'As Flores do Mal', de Charles Baudelaire, numa edição revista e aprimorada com tradução premiada de Fernando Pinto do Amaral, 'À Solta no Exército de Salvação', de Frederico Pedreira, 'Epoché', de Manuel Afonso Costa, e 'Sou Certamente um Monstro' antologia de Jacques Prevel.
O grupo Almedina vai lançar na sua chancela Minotauro o romance 'A Garagem', de John Banville.
Entre as novidades da Relógio d'Água para fevereiro, contam-se 'Destroçado', do romancista e argumentista britânico Hanif Kureishi, livro de memórias lançado em 2024, após uma queda que resultou num longo internamento e que o deixou incapacitado para escrever.
'Have ya got any castles, baby' e 'Não é ainda o pânico', dos portugueses Ana Teresa Pereira e Rui Nunes, autores que têm sido publicados nesta editora, vão ser também editados na mesma altura.
Pela Antígona, sairá 'As coisas - Uma história dos anos 60', de Georges Perec, obra de 1965, vencedora do Prémio Renaudot, sobre um casal que trabalha em publicidade e vive obcecado em adquirir objetos, uma obra que traça "o retrato do fascínio que tralha de toda a espécie exerce sobre o comum mortal, soterrando-o no consumismo".
No grupo Penguin, a Alfaguara publica Elizabeth Strout, com um novo romance - 'Conta-me tudo' - que junta as protagonistas dos seus romances anteriores, Lucy e Olívia, e um novo romance de Pauline Delabroy-Allard, 'Tudo isto é Sarah'.
Na Companhia das Letras sairá um livro de Margarida Ferra, que marca a sua estreia na não-ficção, 'Saber Perder', e 'Humanos Exemplares', de Juliana Leite, escritora brasileira premiada, agora publicada pela primeira vez em Portugal.
A Elsinore traz como novidade a publicação da argentina Ariana Harwicz, um dos nomes do chamado gótico latino-americano, inédita em Portugal, com 'Trilogia da paixão', a compilação dos seus três primeiros romances - 'Mata-te amor', 'A atrasada mental' e 'Precoce' - o primeiro dos quais foi adaptado ao cinema e vai ao Festival de Cannes, com Jennifer Lawrence como protagonista.
A escritora portuguesa Mafalda Santos tem um novo romance, a ser publicado na Suma de Letras, 'Aquilo que o Sono Esconde', e a Topseller publica 'Greta e Valdin', de Rebecca K. Reilly, e 'Jogos da Prisão', de Nana Kwame Adjei-Brenyah.
'Lampedusa. Ir e não chegar', da jornalista Ana França, é a proposta da Tinta-da-China para fevereiro, um livro que recorda o naufrágio de 3 de outubro de 2013 - o pior da história da ilha de Lampedusa, o território europeu onde chegaram mais migrantes nos últimos 30 anos -, que resultou na morte de 366 pessoas.
No mesmo mês, sairá o clássico da tragédia grega 'Prometeu Agrilhoado', atribuída a Ésquilo, com nova tradução, ensaio introdutório e notas de Maria Mafalda Viana.
Da autora Francesca Giannone, chega este mês pela Editorial Presença o romance 'Amanhã, Amanhã', ambientado na Itália das décadas de 1950-60, que segue a vida de dois irmãos, os laços familiares que os unem e as diferentes jornadas que os separarão, após a venda do negócio de família.
Outra novidade é a publicação pela primeira vez em Portugal do escritor japonês Seicho Matsumoto (1909-1992), com 'Tóquio Express', um dos grandes clássicos da literatura japonesa, considerado a sua obra-prima.
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