Bienal leva a Coimbra Janet Cardiff e George Bures Miller para exposição

O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, vai receber a exposição "A Fábrica das Sombras", do casal canadiano Janet Cardiff e George Bures Miller, que explora toda a capacidade escultórica do som, num convite da bienal Anozero.

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Lusa
05/02/2025 12:43 ‧ há 2 horas por Lusa

Cultura

Bienal

No ano de pausa entre edições da bienal de arte contemporânea de Coimbra, a Anozero convidou Janet Cardiff e George Bures Miller para uma exposição a solo no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, que estará patente entre 05 de abril e 05 de julho, anunciou hoje a organização, em comunicado enviado à agência Lusa.

 

Com poucos recursos cenográficos, o trabalho da dupla canadiana irá reclamar "a atenção de todos os sentidos do espetador", em particular a partir "das capacidades escultóricas do som".

A Anozero recordou que os dois artistas são reconhecidos internacionalmente pelas suas instalações sonoras multimédia imersivas.

Com passagens no passado pelo Museu Nacional de Arte Rainha Sofia (Espanha), MoMA e Museu Metropolitano de Arte -- The Met (Estados Unidos), Tate Modern (Inglaterra), Bienal de Veneza (onde receberam dois prémios) e Documenta 13 (Alemanha), a dupla estará em Coimbra com mais de uma dezena de obras.

"Esta dupla já estava no nosso radar há muito tempo e há qualquer coisa na obra deles que remete para uma certa ideia de respiração dos lugares onde fazem as coisas. Há sempre qualquer coisa de memória, de sombra, de eco e, como ainda podemos trabalhar em Santa Clara-a-Nova, pensámos que poderia encaixar ali e que a obra poderia reverberar nas paredes daquele lugar", disse à agência Lusa Carlos Antunes, diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), entidade coorganizadora da bienal.

A escolha de Janet Cardiff e George Bures Miller relaciona-se também com o último artista que a Anozero convidou para a exposição a solo que intercala com a bienal, o islandês Ragnar Kjartansson, onde a "dimensão afetiva do som" também está muito presente.

"O som, tanto num como noutro, convocam uma ideia de memória. Há qualquer coisa que o som convoca na memória", notou Carlos Antunes.

No Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, estarão obras como "The Infinity Machine" - obra "caleidoscópica e hipnótica" com 150 espelhos que estará exposta pela primeira vez fora dos Estados Unidos -, "The Cabinet of Curiosness", um móvel antigo com 20 gavetas em que os visitantes podem assumir o papel de DJ, ativando e calando os sons que saem de cada gaveta, ou ainda "The Forty Part Motet", uma das mais aclamadas e celebradas obras do casal.

Nesta obra criada em 2001, são dispostas 40 colunas numa formação oval, de onde saem 40 vozes gravadas e reproduzidas separadamente, que interpretam uma peça coral do século XVI, de Thomas Tallis, sobre a qual o jornal americano New York Times disse transfixar quem a ouve, maravilhado pela "elipse brilhante do som humano", numa experiência que classificou de quase religiosa.

O título da exposição, "A Fábrica das Sombras", remete para a própria ideia do espaço onde as obras estarão, mas também dialoga com a ideia muito presente na edição da bienal de 2024, em torno dos sonhos, das memórias e dos fantasmas, afirmou Carlos Antunes.

Segundo Carlos Antunes, o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, que será transformado num hotel de cinco estrelas, voltou a ter a capacidade de atrair artistas de renome internacional, com a dupla canadiana a ficar rendida com o monumento, tal como tinha acontecido no passado com Ragnar Kjartansson.

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