A antiga primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, vai publicar um livro de memórias já no próximo outono sobre a "coragem de liderar". A obra, de acordo com a agência de notícias The Associated Press (AP), abordará os quatro anos em que governou o país, entre 2019 e 2023.
O livro, intitulado 'Hope in Action: A Memoir about the Courage to Lead' ('Esperança em Ação: Um livro de memórias sobre a coragem de liderar', na tradução em português), será publicado a 4 de novembro pela editora Scribner.
Durante o seu mandato, recorda a AP, Marin liderou uma coligação governamental exclusivamente feminina, presidiu a adesão da Finlândia à aliança transatlântica NATO e promulgou legislação sobre alterações climáticas e justiça social.
"O mundo está cada vez mais complexo. A turbulência geopolítica e a rivalidade estão a desafiar a ordem internacional baseada em regras. As alterações climáticas e a perda de biodiversidade estão a ameaçar a nossa própria existência. Estamos também a assistir a um retrocesso na igualdade de género e nos direitos das mulheres e das raparigas", afirmou Marin, num comunicado divulgado pela Scribner e citado pela AP.
"Apesar de todos os desafios que enfrentamos, temos de nos lembrar - há esperança se houver ação. Espero que, através da minha história, possa encorajar as pessoas a tomar uma posição e a agir em prol da mudança que querem ver no mundo", acrescentou.
Sanna Marin foi eleita primeira-ministra da Finlândia em 2019, quando tinha apenas 34 anos. Liderou uma coligação de centro-esquerda feminina e tornou-se conhecida internacionalmente pela sua oposição à invasão russa da Ucrânia e pela rápida entrada da Finlândia na NATO.
Nas legislativas de 2023, perdeu para o partido conservador liderado por Petteri Orpo. Após a derrota, anunciou que iria deixar a liderança do Partido Social-Democrata (SDP).
O mandato de Marin ficou marcado por polémicas relacionadas com a divulgação de fotografias e vídeos em festas, o que levou à realização de um inquérito oficial por acusações de má conduta.
Sanna Marin acabou por ser ilibada das acusações, com a chancelaria da Justiça da Finlândia, gabinete independente responsável pela fiscalização da legalidade de ministros, a concluir que a então primeira-ministra não tinha negligenciado as suas responsabilidades.
É agora conselheira estratégica do Instituto Tony Blair.
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