Escultura homenageia judeus e Aristides de Sousa Mendes

Uma escultura de homenagem aos judeus e a Aristides de Sousa Mendes é inaugurada na quinta-feira numa rotunda no acesso ao museu do cônsul de Bordéus, disse hoje à agência Lusa o autor, Fernando Crespo.

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Lusa
03/03/2025 16:14 ‧ há 4 horas por Lusa

Cultura

Bordéus

"As esculturas são sempre umas metáforas e esta evoca a condição dos judeus antes da ação de Aristides de Sousa Mendes e a consequência da ação. É constituída por três caixilhos, digamos assim, em aço inoxidável", afirmou Fernando Crespo.

 

Assim, adiantou à agência Lusa, um "é confinado, com estrelas de David no interior, em cor escura, castanha, com uma aparência muito austera, o segundo é paralelo e é um caixilho aberto, com estrelas de David, mas brancas e uma pequena de cor azul".

"Ou seja, remete-nos para as cores do novo estado de Israel e neste segundo caixilho, um dos lados não existe, está aberto, como que aberto ao espaço, uma libertação. Um antes e depois da ação de Aristides de Sousa Mendes", adiantou.

Sobre essas "duas realidades", está o terceiro caixilho, "um aro, como que uma moldura com o retrato de Aristides de Sousa Mendes" e essas três peças, "repousam numa outra" com uma inscrição.

"Aristides de Sousa Mendes benfeitor da Humanidade. É o que se vai ler e foi uma sugestão do Município" de Carregal do Sal, que desafiou o artista a criar este trabalho que está a nascer numa rotunda que antecede o acesso ao museu dedicado ao cônsul de Bordéus, inaugurado em 19 de julho de 2024, em Cabanas de Viriato (concelho de Carregal do Sal).

Esta escultura está prevista ser inaugurada na quinta-feira, 06 de março, pelo Grão-Duque Henri do Luxemburgo e pelo Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, segundo o escultor.

A obra tem 3,5 metros de altura, "a mais pequena" construída por Fernando Crespo que tem o projeto desta escultura desde 2023, com um tamanho original de quase seis metros, mas "o presidente [da Câmara] pediu para reduzir e, excecionalmente, isso vai acontecer".

"A arte pública tem de narrar uma história, que às vezes demorou séculos, mas tem de ser narrada num segundo, ou seja, num olhar. Se estiver num espaço público de circulação, como é o caso, essa necessidade é ainda maior", defendeu.

Isto, porque, justificou, as pessoas passam, "olham, mas não ficam a contemplar, e por isso a perceção tem de ser imediata" e "quanto maior, mais impactante, porque quanto menor a dimensão maior a dificuldade na perceção".

Para Fernando Crespo, a escultura "é entendível, hoje, à luz de uma afirmação do filósofo espanhol Ortega y Gasset, que dizia 'o Homem é a sua circunstância' no seu tempo".

"Na altura eram pessoas a precisarem de ajuda e há um homem que ajuda", acrescentou.

O artista, natural do distrito de Leiria e residente em Coimbra, já tem outros trabalhos em Carregal do Sal, no distrito de Viseu, já que o painel do salão nobre dos Paços do Concelho, edifício inaugurado em 2004, é da sua autoria.

No 25 de Abril do ano transato, o Município inaugurou, no centro da vila, uma peça com cerca de 11 metros de altura e oito metros de largura, em aço inoxidável e vitrais de cores, para assinalar os 50 anos da Revolução dos Cravos.

Leia Também: Venezuelanos recordaram as vítimas do Holocausto e Aristides

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