"Capra tinha o Roosevelt e nós temos o Cavaco"
António-Pedro Vasconcelos falou com o Diário de Notícias sobre o cinema e a crise. Para o realizador, as pessoas hoje em dia não têm ?um horizonte de esperança? no cinema, ao contrário do que filmes de outros tempos conseguiam captar.
© Global Imagens
Cultura António-Pedro Vasconcelos
Em entrevista ao Diário de Notícias, António-Pedro Vasconcelos, realizador cujo mais recente filme, ‘Os gatos não têm vertigens’, já está em exibição, falou do cinema português e de como é fazer filmes em tempos de crise.
“Questionei-me muito sobre que história faria sentido contar num momento de crise como o que vivemos”, conta, ao mesmo tempo que faz uma pequena revisão sobre a história e o cinema. Frank Capra e Vittorio De Sica “fizeram filmes em momentos de crises terríveis, mas sem deitar as pessoas abaixo”, diz. “A questão é que Capra tinha o Roosevelt e nós temos o Cavaco”.
O realizador português, que apelida de “má-fé” e “ignorância” as críticas negativas que o seu filme tem recebido, critica a política cultural portuguesa desde o 25 de abril. “Há um política do gosto”, queixa-se, dando a entender que o cinema português está preso ao “lóbi que domina os júris do ICA [Instituto do Cinema e do Audiovisual]”.
Para António-Pedro Vasconcelos os gostos do público não estão a ser defendidos. “Parece que um autor é uma espécie de lince da Malcata, que é preciso proteger dos predadores industriais”, criticou ainda na mesma entrevista ao Diário de Notícias.
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