O secretário de Estado falava na abertura do 8.º Encontro Ibero-Americano de Museus que vai decorrer até quarta-feira, no Museu Nacional de Etnologia, com a presença de uma centena de participantes de 20 países.

"Esta situação de limitação não é desejável nem sustentável a médio e longo prazo, razão pela qual todos temos de trabalhar juntos, não só para melhorar as condições de sustentabilidade como os modelos de funcionamento e desenvolvimento", disse Jorge Barreto Xavier.

Destacando o papel de salvaguarda, divulgação e missão educativa dos museus, o titular da pasta da cultura sublinhou a importância das parcerias entre os promotores públicos e os agentes privados, empresas e sociedade civil, bem como o papel do voluntariado.

Na mesma linha, o presidente do Ibermuseus, Ângelo de Araújo Santos, defendeu a criatividade para enfrentar "as dificuldades nos orçamentos dos museus", sublinhando que estas entidades são hoje "menos repositórios da memória histórica e mais células vivas da atividade cultural e da transformação social".

O responsável salientou a importância do encontro em Lisboa para o "intercâmbio de iniciativas e troca de experiências" numa altura em que "os museus exercem um grande protagonismo no espaço cultural contemporâneo, com uma nova dinâmica a nível mundial".

A Direção-Geral do Património (DGPC) é a organizadora da reunião em conjunto com o Programa Ibermuseus, que promove os encontros anuais de representantes do espaço ibero-americano desde 2007, e que pela primeira vez se realiza em Portugal.

Em declarações à agência Lusa, o diretor-geral do Património Cultural, Nuno Vassallo e Silva, considerou "decisivo" o encontro, como "oportunidade de trocar experiências e confrontar realidades museológicas muito distintas" dos 20 países, como o Brasil, o Chile, o Uruguai e o México.

Esta oitava reunião terminará na quarta-feira com a divulgação de um documento intitulado "Declaração de Lisboa", reunindo recomendações para as políticas públicas comuns dos museus dos 22 países que integram o grupo.

"Caminhos de futuro para os museus: tendências e desafios na diversidade" é o tema do encontro, que debaterá, entre outras questões, a crise económica, a diminuição do financiamento público e a rápida evolução digital.

Entre os conferencistas portugueses contam-se o programador cultural António Pinto Ribeiro, o sociólogo Augusto Santos Silva e a museóloga Inês Fialho Brandão.

O subdiretor geral dos museus Estatais de Espanha, Enrique Varela Agüí, o diretor de Bibliotecas, Arquivos e Museus do Chile, Alan Trampe, e o coordenador do Sistema Nacional de Museus do Uruguai, Javier Royer Rezzano, serão outros dos oradores convidados.