Documentário 'Alentejo, Alentejo' em périplo pelo país
O documentário 'Alentejo, Alentejo', de Sérgio Tréfaut, vai ser exibido na terça-feira em Lisboa, depois de um périplo por mais de 50 localidades, assinalando a edição em DVD e o lançamento da banda sonora, dedicada ao cante alentejano.
© Global Imagens
Cultura Sérgio Tréfaut
'Alentejo, Alentejo', premiado no IndieLisboa e na Colômbia, regista vários grupos polifónicos alentejanos, masculinos e femininos, mas sublinha ainda a importância do cante na própria identidade e vida quotidiana dos alentejanos.
O documentário, dedicado a um canto polifónico que é já Património Imaterial da Humanidade, teve estreia comercial em 2014 e, desde então, tem sido exibido em sessões especiais pelo país.
Sérgio Tréfaut rodou esta longa-metragem depois de ter feito um curto filme, a convite da autarquia de Serpa, sobre o cante alentejano, por causa da candidatura a Património Imaterial da Humanidade.
O realizador filmou grupos corais como as Papoilas do Corvo e o Grupo do Sindicato Mineiro de Aljustrel, assim como formações corais mais recentes, como Os Bubedanas de Serpa.
As filmagens foram feitas em várias localidades do Alentejo - Castro Verde, Cuba, Vidigueira, Baleizão ou Aljustrel - e misturam curtos depoimentos dos cantores com interpretações vocais, em situações informais e do quotidiano, como, por exemplo, à mesa e na confeção de uma açorda.
Na sessão de terça-feira, na qual será editado o DVD e a banda sonora com os grupos corais participantes no filme, estarão presentes o realizador e cantadores de Serpa e de Pias.
"Alentejo, Alentejo" continuará a digressão de exibições pelo país, estando confirmadas já sessões em Sintra, Ovar, Barreiro, Guarda e Belmonte, entre outras localidades.
O cante alentejano foi classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a 27 de novembro, em Paris.
De acordo com a candidatura portuguesa, o cante era sobretudo interpretado por classes trabalhadoras, consideradas rurais e camponesas no passado, mas que eram proto-industriais ou industriais, porque trabalhavam na agricultura com máquinas ou em explorações mineiras.
O grupo Os Mineiros de Aljustrel, formado em 1926, é considerado o primeiros grupo coral de cante alentejano.
A propósito daquela classificação internacional, a Câmara Municipal de Beja declarou 2015 como Ano Municipal do Cante Alentejano, com iniciativas para promover esta prática social e cultural.
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