Intitulada 'Circuitos de Repetição', a mostra resulta de uma residência artística promovida por iniciativa da Viarco e depois alargada à Oliva Creative Factory, que nas instalações da antiga metalúrgica alberga agora um museu de arte contemporânea e um polo de indústrias criativas.
"No fundo, trata-se de uma invasão desses dois espaços por obras de pintura, desenho, vídeo, etc., para explorar a história desses locais e a dar a conhecer ao público", explica à Lusa Joana Gomes, porta-voz do coletivo lisboeta constituído também por Inês Teles, Margarida Mateiro, Maria Sassetti e Xana Sousa.
"Na Oliva, que é um espaço mais galerista, a exposição será mais 'clean', mais de acordo com os parâmetros de exibição normais; na Viarco as pessoas poderão observar as peças na mina de grafite ou na sala de envernizamento dos lápis, por exemplo, enquanto a fábrica está realmente a laborar", acrescenta a artista.
Propondo uma reflexão sobre "a História, o Lugar, a Matéria e o Processo", a exposição constituirá assim o que Joana Gomes considera "uma espécie de paragem no tempo".
"Sempre nos dedicámos a criar trabalhos para espaços especiais, fora do circuito tradicional, e este vai revelar a histórias de duas fábricas que marcaram diferentes gerações", defende. "UM dos circuitos de repetição é esse, o da história a apresentar-se outra vez, e outro é o dos processos e métodos de fabrico, a repetir todos os dias para se obterem os produtos da Viarco e da antiga Oliva", conclui.
Patente ao público gratuitamente até 28 de novembro na Oliva e até 11 de dezembro na Viarco, nos horários de funcionamento desses espaços, a mostra "Circuitos de Repetição" integra o programa das comemorações do 89.º aniversário da emancipação do município de S. João da Madeira.
Do cartaz consta também a inauguração de uma nova exposição temporária e de dois núcleos museológicos permanentes no Museu da Chapelaria. No primeiro caso está em causa a mostra "A volta ao mundo em muitos chapéus" e, no segundo, a abertura das exposições dedicadas a António José de Oliveira Júnior e Manoel Vieira Araújo, "que dedicaram a sua vida à indústria chapeleira e também ao desenvolvimento económico, social e cultural da cidade".