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CAM mostra resultado de viagem de 12 artistas nas Galápagos

Doze artistas portugueses e estrangeiros estiveram, ao longo de cinco anos, no arquipélago das ilhas Galápagos, e o resultado é apresentado a partir desta quinta-feira numa exposição com desenhos, pinturas, filmes e instalações, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

CAM mostra resultado de viagem de 12 artistas nas Galápagos
Notícias ao Minuto

15:11 - 18/04/13 por Lusa

Cultura Gulbenkian

‘Galápagos’ é o título da exposição, uma das três que o Centro de Arte Moderna (CAM) da Gulbenkian hoje inaugura, a par de uma retrospectiva da obra de Fernando de Azevedo (1922-2002) e de um vasto conjunto de desenhos de Emmerico Nunes (1888-1968).

Na apresentação das exposições aos jornalistas, Isabel Carlos, directora do CAM, sublinhou o trabalho desenvolvido no arquipélago das Galápagos, onde, entre 2007 e 2011, a arte se cruzou com a ciência, o ambiente e a política.

O projecto foi dinamizado pela delegação do Reino Unido da Fundação Gulbenkian, em parceria com a Fundação para a Conservação das Galápagos.

Foram convidados artistas para viver nas ilhas durante um ou vários períodos, desafiando-os a abordar criativamente os conflitos existentes na região e a estabelecer pontes com as suas próprias realidades.

Ao todo participaram doze artistas: Jyll Bradley, Marcus Coates, Dorothy Cross (acompanhada de Fiona Shaw), Alexis Deacon, Jeremy Deller, Tania Covats, Kaffe Matthews, Semiconductor (Ruth Jarman e Joe Gerhardt) e Alison Turnbull.

Paulo Catrica e Filipa César foram os portugueses que participaram neste programa, cuja curadoria foi feita por Bergit Arends e Greg Hilty.

"As Galápagos são um lugar icónico que continua a ser muito relevante em termos científicos", disse, referindo-se à passagem do investigador Charles Darwin (1809-1882), durante a qual recolheu muitas plantas e animais para os seus estudos sobre a origem e evolução das espécies.

Localizadas no Oceano Pacifico, as 13 ilhas - apenas quatro habitadas - são uma reserva de vida selvagem administrada pelo Equador, que é considerada um dos mais importantes laboratórios vivos de biologia do mundo, pela sua elevada biodiversidade.

Greg Hilty comentou que "ainda há muitas ideias feitas sobre as ilhas", conhecidas sobretudo pelas suas tartarugas gigantes.

Os artistas produziram desenhos, pinturas, filmes, instalações, esculturas e peças de som, apresentando, nestas obras, a sua descoberta do arquipélago, desde a população, natureza e cultura.

Para Bergit Arends, a outra curadora do projecto, "as intenções da residência artística são idealistas e desafiadoras. Os artistas não são activistas ambientais militantes. As suas obras são subtis, sonhadoras, provocadoras e inesperadas".

"Algumas das imagens são mesmo repugnantes e destroem a nossa ideia de idílio. Mas são testemunhos independentes de um meio ambiente com muitas reivindicações de território, algumas das quais levaram à sua degradação e espoliação", sublinha a curadora.

Nesta residência, a artista portuguesa Filipa César criou uma instalação na qual articula as reflexões do escritor argentino Adolfo Bioy Casares, no livro "A invenção de Morel" (1940), sobre uma máquina capaz de reproduzir sons, imagens e cheiros, e junta arquivos de filme, documentos e informação geopolítica recolhidos nas Galápagos.

Paulo Catrica, o outro artista português, fez um trabalho fotográfico para registar aquilo a que chamou a "paisagem social" do arquipélago, lugares onde o meio ambiente construído se funde com o ambiente natural.

O CAM inaugura também hoje "Razões Imprevistas", a primeira retrospetiva dedicada a Fernando de Azevedo, uma das figuras centrais do surrealismo português e um dos elementos do Grupo Surrealista de Lisboa.

Com curadoria de Leonor Nazaré, esta exposição mostra o perfil do artista, consultor, designer gráfico, ilustrador, cenógrafo, arquiteto de exposições e crítico de arte, que esteve ligado à Gulbenkian desde 1962, ao longo de quatro décadas, tendo sido director do serviço de Belas-Artes.

O CAM vai também mostrar a exposição "A obra perdida de Emmerico Nunes", com curadoria de Isabel Lopes Cardoso e José Pedro Cavalheiro, que reúne um conjunto de 186 desenhos de Emmerico Hartwich Nunes (1888-1968), realizados para o jornal alemão Meggendorfer Blätter.

O conjunto é proveniente de uma colecção que se julgava perdida, na sequência da destruição da cidade de Munique, na II Guerra Mundial.

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