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Museu do Côa celebra 70 anos de carreira de Júlio Pomar até cinco de maio

O Museu do Côa celebra 70 anos de carreira de Júlio Pomar com a exposição "Incisão no Tempo", juntando duas centenas de trabalhos de várias fases da sua vida artística, que ficarão patentes até 05 de agosto.

Museu do Côa celebra 70 anos de carreira de Júlio Pomar até cinco de maio
Notícias ao Minuto

08:45 - 01/04/18 por Lusa

Cultura Júlio Pomar

Com a passagem pela nova exposição, que assinala também o início das comemorações do vigésimo aniversário da classificação das gravuras rupestres do Vale do Côa como património da Humanidade, o visitante pode contemplar um núcleo de gravuras de Júlio Pomar, que permitem estabelecer uma "relação" com a arte pré-histórica dos gravadores do Côa, ao longo dos últimos 25 mil anos.

"Esta relação é visível num conjunto de gravuras de Júlio Pomar, datadas dos anos 70 do século passado, em que o pintor explora as entradas de touros e campinos, numa figuração de certo modo, semelhante às existentes nas gravuras do Côa", explicou à Lusa, a curadora da exposição, Sara Antónia Matos, diretora do Atelier-Museu Júlio Pomar, em Lisboa.

Ao longo das várias salas do museu estão expostas cerca de 200 peças da coleção do Atelier-Museu, que preserva, investiga e divulga a obra de Júlio Pomar, datadas de diversas fases do percurso do artista e que dão conta dos seus 70 anos de carreira.

"Esta exposição no Museu do Côa é importante e simbólica para nós, já que procuramos fazer sair da metrópole [Lisboa], o espólio artístico de Júlio Pomar tentando, assim, descentralizar a sua atividade por outros espaços culturais do país", adiantou Sara Antónia Matos.

Entre esculturas, ensaios para tecelagem, desenho e pinturas coloridas, o visitante tem a oportunidade de mergulhar no universo do artista plástico português.

O ministro da Cultura e outras figuras públicas ligadas ao panorama cultural do país e da região, já passaram pela exposição que é tida como um momento "marcante" no panorama das atividades recentes do Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa.

"Este é um grande acontecimento para o museu. Neste mesmo espaço vai ficar patente uma exposição de um grande artista português que é transversal às diversas fases da sua obra. Trata-se de uma exposição de um artista contemporâneo, como Júlio Pomar, que se instala junto do apelo e do gesto daquele homem da pré-história que gravou na pedra diversas figuras de animais e objetos", observou o ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, aquando da sua passagem pelo espaço museológico.

Segundo o governante, a exposição "Incisão no Tempo" é um gesto de arte, que vai ao encontro de outro gesto de arte mais ancestral, e que assim se cruzam no Museu do Côa.

Por seu lado, o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, não esconde a sua satisfação com esta iniciativa cultural da Fundação Côa Parque: "Trata-se de uma exposição de grande qualidade, de um artista plástico consagrado, num espaço que pretende ser referência cultural nos panoramas regional e nacional".

O responsável mostrou-se "muito expectante" com a adesão do público a esta nova atração do Museu do Côa.

"Estamos muito empenhados em ampliar o número de visitantes no Vale do Côa e que esse aumento tenha reflexo na dinâmica económica da região e no reforço das receitas próprias da Fundação. Será interessante analisar a variação de visitantes, comparando-a com os anos anteriores".

Os visitantes do Museu e Parque Arqueológico do Côa têm agora "um novo atrativo", num espaço cultural que junta a "Arte do Côa", com cerca de 30 mil anos de existência, com a "contemporaneidade" e o estilo inconfundível do pintor Júlio Pomar e que poderá ser visto nos próximos meses.

A partir de hoje, o Museu do Côa passa a ter também um bilhete combinado com os museus de Serralves do Museu do Douro, e a dispor ainda de áudio-guias, que, durante a fase inicial, podem ser usados sem custos pelos visitantes.

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