Esta terça-feira, quando o relógio marcar 20h00, o estádio da Luz será o epicentro de todas as emoções encarnadas. O Benfica joga a primeira mão do playoff de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, diante do PAOK, num jogo que promete fazer parar a nação encarnada. Lá bem longe, a sul de Israel, na cidade de Beer Sheva, a cerca de 6000 km de Lisboa, estará um adepto bem especial. Formado no Benfica, onde se estreou como sénior, Miguel Vítor representou também o emblema grego, entre 2013 e 2016, e agora promete estar no sofá a assistir à partida bem atentamente. 

"Não vou querer perder este jogo. Será muito especial para mim enquanto adepto. Como todos sabem, o Benfica é o clube do meu coração, onde estive durante muitos anos, e o PAOK foi um clube que me acolheu muito bem. Passei lá três anos muito bons da minha vida e pelo qual tenho um carinho muito especial", começou por dizer o jogador português, de 29 anos, em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, considerando que as águias chegam a este embate com "algum favoritismo". 

"Acho que vai ser uma eliminatória equilibrada. O PAOK é uma equipa com muita qualidade, que no ano passado, se não fossem alguns problemas extra-futebol, teria sido campeão da Grécia. Já eliminou dois adversários fortes, como são os casos de Basileia e Spartak Moscovo, e isso só prova o seu poderio. Acima de tudo, será importante para o Benfica fazer um bom resultado na primeira mão para depois ir à Grécia mais confortável, pois é sempre um ambiente difícil para se jogar. O PAOK consegue sempre o melhor de si com o apoio dos seus adeptos", alertou o central, que agora representa os israelitas do Hapoel Beer Sheva.

Miguel Vítor vestiu a camisola do PAOK durante três épocas, entre 2013 e 2016, e venceu dois campeonatos da Grécia.© Facebook PAOK

Os conselhos ao clube do coração

Conhecedor dos pontos fortes da equipa helénica, Miguel Vítor deixa algumas dicas ao clube da Luz para conseguir contornar as dificuldades neste embate da primeira mão. "A estratégia de jogo do PAOK passará por uma boa organização defensiva, procurando explorar alguns espaços que possam existir nas costas da defesa do Benfica. Acredito que, tal como fez nesta eliminatória com o Fenerbahçe, o Benfica, como favorito que é, quererá assumir o jogo e acho que o PAOK também vai entregar esse domínio da posse de bola para depois tentar criar perigo nas saídas rápidas", avisou. 

Com um grupo bastante homogéneo, o PAOK destaca-se, acima de tudo, pelo coletivo. Mesmo assim, o português aponta um jogador que, considera, será a 'chave' de todo o 'xadrez' grego. "Têm um ponta-de-lança com muita qualidade, que é o Prijovic, que esteve no último Mundial. Joga bem de costas para a baliza, finaliza muito bem e será uma peça importante na estratégia do PAOK", sublinhou o defesa que se sagrou duas vezes campeão da Grécia pelo emblema de Salónica.

Formado no Benfica, o central estreou-se pela equipa principal em 2007, pela mão de José António Camacho, num encontro diante do V. Guimarães, na Luz, referente à 2.ª jornada.© Global Imagens

Ambiente semelhante ao vivido na Turquia

Além das dificuldades que certamente o PAOK irá colocar dentro de campo, o Benfica irá encontrar outra adversidade nesta eliminatória, com a qual já se deparou bem recentemente. Miguel Vítor acredita que na visita à Grécia as águias vão ser presenteadas com "um grande ambiente" no estádio Toumba.

"As pessoas de Salónica estão com uma grande esperança de ver o clube na fase de grupos da Liga dos Campeões pela primeira vez. Por isso, vão apoiar bastante! Isso deixa a equipa galvanizada, como se viu frente ao Spartak, onde esteve a perder por 2-0 e em 15 minutos fez três golos, ainda na primeira parte", comparou, considerando que, apesar de tudo, o Benfica "estará preparado".

"É uma equipa experiente e que está habituada a este tipo de ambientes. Ainda na última eliminatória jogou na Turquia, no estádio do Fenerbahçe, onde os adeptos apoiam sempre ao máximo. Acredito que o Benfica vai estar preparado para isso, mas será importante levar um bom resultado para a segunda mão, de forma a ter maior tranquilidade e não ter a necessidade de ir à procura, pois isso poderá ser mais complicado", finalizou.