Frente ao FC Porto e diante do Sp. Braga, os dois últimos jogos que o Benfica fez para o campeonato – e que resultaram em derrotas para a equipa da Luz – Bruno Lage optou pela mesma solução nos instantes finais da partida.
Primeiro, colocou Seferovic, e nos últimos minutos lançou Dyego Sousa, deixando a sua equipa com um sistema de três avançados, uma vez que manteve Carlos Vinícius em campo. O jogo passou, a partir daí, a ser jogado quase sempre da mesma maneira. Pontapé para a frente, cruzamentos para a área à procura de um cabeceamento, mas… será esta a melhor opção do Benfica para chegar ao golo?
Toni, em declarações ao Desporto ao Minuto, começou por referir que o maior problema das águias não passa por essa opção de Lage e explicou porquê.
“Acho que não é aí que está o cerne da questão”, começou por dizer o treinador de futebol, acrescentando depois: “O Benfica passou a ter dificuldades sem bola e com bola. Sem bola, com a pressão que a equipa passava por não fazer. E com bola, o Benfica mostrou grandes dificuldades no segundo e último terço do campo”.
A opção Vinícius, Seferovic e Dyego Sousa… ao mesmo tempo
No que diz respeito a esta opção, Toni mostrou-se perentório e afirma mesmo que não é por se ter mais homens na frente que se chega mais rápido ao golo.
“Colocar mais avançados às vezes não resolve. Até pode meter seis avançados… Às vezes é o desespero de se tentar marcar. É a fase em que se joga mais com o coração do que com a cabeça. Eu acho que não é a melhor opção. Ao recorrer a ela, toda a equipa passa a jogar para os avançados. Ou por cruzamentos ou por lançamentos longos, tenta-se que a bola chegue à área e perde-se muito daquilo que é o discernimento”, analisou.
Ideia de jogo adulterada
Na opinião do antigo treinador do Benfica, um sistema de três avançados não permite à equipa manter a sua identidade, o seu estilo de jogo. Ou seja, as características que podem deixar marcas no adversário acabam por não estar ativas e a equipa de Bruno Lage... perde-se,
“Lançar um ponta-de-lança, tudo bem… Para uma equipa que está a perder. Depois era refrescar. Tirar o Pizzi e colocar um homem mais fresco nas alas. Porque já tens dois homens no interior da área e precisas que o jogo interior de alguma forma funcione para beneficiar quem está para finalizar. Com um terceiro ponta-de-lança, a equipa perde a ideia de jogo, que fica adulterada”, finalizou.