À saída do encontro com António Costa e os presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, bem como os presidentes de FC Porto, Benfica e Sporting, Gomes garantiu que a decisão será analisada "entre técnicos da FPF, com a Liga e as autoridades de saúde".
A postura final poderá ser anunciada na quinta-feira, avançou, pelo primeiro-ministro, quando este revelar ao país "um conjunto de medidas para diminuir o confinamento", mas apenas "se os trabalhos com a Direção-Geral da Saúde" conduzirem os técnicos de saúde, liderados por Adalberto Campos Fernandes e Henrique de Barros, a uma "posição definitiva".
"Ouvidos os pareceres das entidades, [o primeiro-ministro] transmitirá se estão criadas as condições para haver a retoma. O nosso propósito [com a reunião] era chamar a atenção do interesse da indústria do futebol em reativar" o futebol desde que estejam garantidas condições "para salvaguardar a saúde pública, acrescentou o líder da FPF.
Na reunião, que incluiu ainda o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e os secretários de Estado da Juventude e do Desporto e da Saúde, foi transmitida uma vontade da indústria do futebol em voltar ao ativo, após a FPF ter recebido "um plano de retoma elaborado pela Liga", que está a ser analisado em conjunto com a DGS.
A possibilidade de usar menos estádios, e fazê-lo numa localização geográfica mais confinada, "enquadra-se na avaliação do risco", explicou Fernando Gomes em São Bento, e na tentativa de aferir "a prudência da retoma".
Depois de ter colocado um ponto final nas competições não profissionais que tutela, a FPF vê no escalão profissional "um conjunto de características", como "um controlo médico mais rigoroso", que permitem maiores condições para uma retoma.
Ainda assim, Fernando Gomes lembrou que a saúde está primeiro e que qualquer decisão terá em conta a vontade de "minimizar o risco", não podendo conseguir a missão "quase impossível" de ter "risco zero", e assumiu uma postura de prudência perante a situação.
Sobre a realização da final da Taça de Portugal, entre Benfica e FC Porto, o dirigente explicou que este é "mais um jogo", mas depende "dos interesses dos dois clubes, porque será feita no final do mês de julho, muito próximo das pré-eliminatórias das competições europeias", não garantindo que se vá realizar.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 212 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 832 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322 confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.