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Os erros pagam-se caro, Bruno Lage: As notas do Benfica-Santa Clara

Esta foi a quarta derrota das águias, esta temporada, para a I Liga.

Os erros pagam-se caro, Bruno Lage: As notas do Benfica-Santa Clara
Notícias ao Minuto

08:10 - 24/06/20 por Notícias Ao Minuto

Desporto Análise

Pode dizer-se que o Benfica foi surpreendido na Luz pelo Santa Clara? Nem por isso. Pode pedir-se mais à equipa de Bruno Lage? Sem dúvida. O Benfica voltou a escorregar, desta vez com um grande tropeção, na luta pelo título depois de perder por 3-4 frente à formação dos Açores.

Num jogo de grandes emoções, essencialmente pelos segundos 45 minutos, o Benfica esteve a perder, conseguiu a reviravolta, mas a verdade é que deixou fugir os três pontos nos minutos finais da partida. Esta foi a quarta derrota do campeão em título para a I Liga, que pode ter comprometido (e muito) a revalidação do último campeonato conquistado.

O Benfica foi para o intervalo a perder por 0-1, após um golo ‘oferecido’ por Nuno Tavares a Anderson Carvalho, que não se mostrou rogado e adiantou o Santa Clara. No segundo tempo, as águias entraram fortes e em apenas cinco minutos fizeram o empate. Rafa teve sobranceria suficiente para, dentro da área, ultrapassar um adversário e fazer o 1-1.

No entanto, o Santa Clara mostrou que não foi à Luz passear e, na sequência de uma bola parada Sanusi adiantou novamente os açorianos. O Benfica estava em desvantagem e foi então que começou o ‘show’ Vinícius. O camisola 95 do Benfica entrou ao intervalo e conseguiu a reviravolta… em dois minutos. O brasileiro teve cabeça para mudar o resultado e aos 64’ e 66’ bisou com dois cabeceamentos.

Com o jogo na mão, a equipa de Bruno Lage não conseguiu concentrar-se e respirar. Aos 80 minutos, Rúben Dias joga a bola com o braço e o Santa Clara de grande penalidade chega ao empate. Um resultado que não interessava ao Benfica, mas que, ainda assim, foi melhor que o balde de água fria que aconteceu no final. Ferro perde a bola em zona proibida e, mais uma vez, o Santa Clara não se fez rogado. Zé Manuel atirou a contar e ofereceu os três pontos ao conjunto de João Henriques.

Figura: Zé Manuel não consta aqui pela exibição de encher o olho – até porque só esteve 20 minutos em campo – mas por ter tido a frieza de marcar um golo que, provavelmente, nunca mais esquecerá. Foi a primeira vitória da história do Santa Clara sobre o Benfica na Luz e, num jogo eletrizante como este, o golo da vitória tem de ser assinalado.

Surpresa: Marco sofreu três golos é certo, mas impediu, talvez, outros tantos que no final fizeram a diferença. O guarda-redes do Santa Clara esteve a um bom nível e ajudou a sua equipa a conquistar os três pontos que fazem os açorianos estar no oitavo lugar. Não é isso que se pede a um guarda-redes?

Desilusão: Nuno Tavares é um jogador que denota a sua clara falta de confiança. Tentou aparecer, mostrou-se esforçado, mas só isso não chega. No lance que deu origem ao primeiro golo da equipa dos Açores, tinha três colegas a pedir a bola na direita, mas quis fazer o mais difícil. Talvez para sobressair? No final de contas acabou por conseguir… sobressair pela negativa.

Bruno Lage: É um treinador agastado com a crise de resultados do Benfica. A equipa na primeira parte entrou adormecida, com pouca velocidade e nos últimos jogos, como o de ontem, tem vindo a apresentar poucas ideias de jogo. Quase sempre é a criatividade de Taarabt ou os rasgos de Rafa a fazer a diferença, algo que se torna mais fácil de as equipas defenderem. Por outro lado, o Benfica é uma equipa com pouca consistência defensiva, permissiva e, por vezes desconcentrada. Pede-se mais, naturalmente.

João Henriques: Como o próprio disse, não é surpresa para os mais atentos que o Santa Clara podia fazer estragos na Luz. Com apenas duas derrotas nos últimos 10 jogos, os açorianos têm feito um caminho de grande nível na I Liga e a forma como a equipa jogou na Luz é bastante demonstrativa disso mesmo. Pressão alta, vontade de ter bola e, principalmente, olhar o Benfica nos olhos foi algo que fez os três pontos serem mais do que merecidos.

João Pinheiro: Teve uma arbitragem tranquila na 1.ª parte e no segundo tempo mostrou-se também seguro. Analisou no VAR o lance do penálti de Rúben Dias e optou pela decisão correta.

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