João Noronha Lopes apresentou esta quinta-feira no Centro Cultural de Belém a candidatura oficial à presidência do Benfica e deixou reparos à aposta no regresso de Jorge Jesus ao comando técnico do Benfica, apesar de salientar que irá manter o treinador no cargo caso seja eleito em outubro.
"Quando saiu do Benfica, Jorge Jesus teve comportamentos que eu não gostei. Julgo que deve uma explicação aos benfiquistas e espero que o faça. É um grande treinador, é o treinador do Benfica e também é o meu treinador. O que não percebo é como Jorge Jesus pode ser o treinador de Luís Filipe Vieira. Quando foi empurrado, porque não cabia no projeto, quando foi interposta uma ação de 14 milhões de euros e foi acusado de deslealdade, quando, ainda há pouco tempo, Luís Filipe Vieira disse que Jorge Jesus não voltaria ao Benfica...", afirmou o ex-vice-presidente de Manuel Vilarinho na direção dos encarnados.
"O futebol do Benfica tem de ser definido com plano estratégico de longo prazo, não em função de luzes ou calendários eleitorais. Jorge Jesus é inteligente, quer ganhar e em conjunto iremos encontrar a melhor forma de o Benfica vencer em Portugal e na Europa", acrescentou.
O empresário considerou ainda que se chegou a um fim de ciclo no Benfica e que "águias têm de assumir a dimensão europeia".
"Há vinte anos, quando o Benfica corria um grande perigo, não fiquei de fora. Agora, quando acredito que temos de fazer muito melhor (mas muito melhor mesmo). Agora quando sei que a minha ambição para o Benfica é a mesma que está inscrita no coração de cada benfiquista... Agora, mais uma vez, não podia ficar de fora. Por isso aqui estou, com vontade de começar uma nova dinâmica. Uma nova dinâmica que ponha o Benfica onde os Benfiquistas o querem. Há vinte anos estive com Manuel Vilarinho. Fiz parte da transformação que nos devolveu a dignidade e manteve o Benfica nas mãos dos Benfiquistas. Nas nossas mãos. Vilarinho foi o homem certo e soube sair no tempo certo. É muito importante (e às vezes muito difícil) saber quando sair! Depois, o clube modernizou-se e profissionalizou-se. Os benfiquistas reconhecem o trabalho de Luís Filipe Vieira. Mas agora - e é no agora que estamos - assistimos no último mandato à desorientação, à incoerência, à incapacidade de aprender com os próprios erros. À contradição entre o que é dito e o que é feito. Acima de tudo, a um desvio do que é essencial: o sucesso desportivo", atirou o empresário.
"Chegámos ao fim de um ciclo no Benfica. É altura de decidir o que queremos para o futuro. A resposta é clara: ganhar. Ganhar em todos os campos e pavilhões. Um Benfica que põe a sua alma nos mesmos objetivos de quem o ama. De quem se arrepia a ouvir o hino e ver a águia pousar. De quem tem na cabeça uma única causa: ganhar. O negócio do Benfica é vencer jogos e os nossos maiores dividendos tem de ser os títulos. O Benfica não pode ser apenas visto como uma empresa, tem de ser mais do que isso. Temos de aliar a sustentabilidade financeira ao sucesso desportivo. Portugal não nos basta e sublinho a Europa", continuou.
"O clube modernizou-se e profissionalizou-se e os benfiquistas reconhecem o trabalho de Luís Filipe Vieira, tal como eu já o fiz publicamente. Mas agora assistimos a um último mandato de desorientação, incoerência e incapacidade de aprender com os próprios erros. Uma contradição entre o que é dito e o que é feito. Acima de tudo, um desvio do que é essencial: o sucesso desportivo", finalizou.