O My Stealthy Freedom, grupo que luta pelos direitos da mulher no Irão, emitiu, esta quarta-feira, um extenso comunicado, no qual acusa a TV estatal iraniana de censurar a emissão da partida entre Tottenham e Manchester United "mais de 100 vezes".
O movimento acusa a emissora de tudo fazer para evitar mostrar a árbitra assistente, Sian Massey-Ellis, de "cabelo destapado e joelhos à mostra", levando mesmo a repetidos cortes do encontro.
"Tipicamente, as cenas de filmes que mostram mulheres usando aquilo que é considerada roupa reveladora são censuradas. Mas isto teria sido impossível durante a transmissão do jogo de domingo. Os censores da televisão ficaram perturbados pela presença de uma árbitra de calções", pode ler-se na nota.
"A solução foi cortar a transmissão ao vivo para mostrar as ruas circundantes de Londres. O que tornou o jogo numa piada. No final do jogo, um dos comentadores brincou que esperava que os espectadores tivessem desfrutado do espetáculo geográfico", prossegue o grupo, que recorda, no entanto, que este não foi um caso isolado.
"Em 2019, a TV estatal cancelou a transmissão do jogo entre o Bayern Munique o Augsburgo porque uma árbitra estava a ajuizar. Mas, no jogo da Premier League, houve poucos avisos prévios aos censores", completa.
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