O presidente da Liga espanhola de futebol, Javier Tebas, considerou hoje que o "conceito da superliga europeia caiu no ridículo", depois de a maioria dos clubes fundadores ter anunciado o abandono do projeto.
"A Superliga caiu no ridículo, não sei se os clubes também, mas o conceito sim. Ficou demonstrada uma ignorância completa dos líderes sobre o que é a indústria do futebol, e sobre os adeptos, e não só em Espanha", disse Tebas, garantindo que já há algum tempo o tinham alertado para a possível reação dos adeptos ingleses.
O líder da La Liga considerou que o falhanço do projeto da Superliga não é uma vitória pessoal, mas sim do futebol europeu: "Quem ganhou esta batalha foi o futebol, espanhol e europeu. Isto não era uma batalha contra ninguém. A criação de uma Superliga era perigosíssima para a estabilidade do futebol europeu, e logo do futebol espanhol. A batalha ganhou-a o futebol e não eu".
Javier Tebas garantiu que não se sente traído pelos três clubes espanhóis envolvidos no projeto -- FC Barcelona, Atlético de Madrid e Real Madrid -- admitindo que "era algo de que já se falava há algum tempo", mas acrescentou: "quando se faz uma coisa às escondidas significa que estás a ocultar algo que não achamos bom para ninguém".
Tebas explicou que na quinta-feira vai reunir-se com os clubes da La Liga, considerando que o Real Madrid terá de dar algumas explicações aos restantes clubes.
"O Real Madrid está representado em alguns órgãos da La Liga, terá de dar explicações aos clubes e não a mim. Terá de explicar o que fez às escondidas", afirmou.
AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram no domingo a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.
A competição deveria ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores -- apesar de só terem sido revelados 12 -- e outros cinco, qualificados anualmente.
Entretanto, a UEFA avisou que iria excluir todos os clubes que integrassem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
Algumas horas depois, após sofrerem grande contestação dos adeptos e críticas do primeiro-ministro Boris Johnson, os seis clubes ingleses anunciaram a saída do projeto, e já hoje Atlético de Madrid e Inter de Milão fizeram o mesmo.
No projeto, menos de 48 horas após o anúncio da sua criação, mantêm-se o Real Madrid, FC Barcelona, Juventus e AC Milan.
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