O jogo entre Argentina e Portugal, na Zalgiris Arena, em Kaunas, na Lituânia, começou com as lágrimas de Ricardinho, no decorrer da cerimónia de hinos.
As lágrimas de um homem que foi distinguido pela organização do torneio como o melhor homem do Mundial.
Um encontro que terminou com a consagração de Portugal, por 2-1, diante da congénere sul-americana, com Pany Varela a vestir a capa de herói, ao marcar os dois golos lusitanos, contra um remate certeiro de Ángel Claudino.
Um tento que ainda nos deixou de 'coração na boca', porém, o sofrimento deu lugar, vários minutos depois, a uma alegria incomensurável. A alegria de um país que, hoje, pode gritar a plenos pulmões.... somos Campeões do Mundo!
Portugal, que tinha como melhor resultado, até este domingo, o terceiro lugar alcançado em 2000, na Guatemala, sendo o quarto país a erguer o troféu, depois de Brasil, Espanha e Argentina. A seleção nacional que também se sagrou, pela primeira vez, campeã da Europa, em 2018, na Eslovénia.
E por falar em campeões. Uma menção para Ricardinho, que foi distinguido, e justamente, como homem do torneio, no último 'tango que dançou' dentro da quadra pela camisola das quinas. Uma despedida em grande, olé!
As declarações do selecionador nacional após o triunfo
O segredo para este triunfo: Família. Tantas vezes criticaram e ridicularizam por repetir esse termo, mas temos um sentimento de família muito grande entre todos. Trabalhamos afincadamente durante dois meses para nos preparamos. Sempre trabalhamos com qualidade, fomos organizados. Faltava acreditar um bocadinho mais, dar este clique de que podemos ser os melhores do Mundo. Não me quero esquecer de referir os que não está cá. Muita gente passou pela qualificação para estarmos cá. Muita gente com qualidade ficou de fora. É um sinal de grande desenvolvimento do futsal português. A chave hoje foi seguir o plano com bastante rigor, mas depois tivemos que sofrer, segurar, segurarmo-nos uns aos outros com uma ventania dos diabos. Este comportamento é o maior orgulho que um treinador pode ter.
Título europeu e mundial aumenta a responsabilidade a partir de agora? Meti-me num trabalho dos diabos hoje. Agora, em vez de revalidar um título, tenho que revalidar dois. Há que continuar a trabalhar. Em breve, já entraremos em vários estágios, com a seleção feminina, sub-19, e vamos ligar outro chip. Não aumenta a responsabilidade, aumenta o orgulho a confiança que temos que ter no trabalho a ser feito. Este título é muito importante para alavancar isso. Isto é uma consequência clara do que idealizámos há muitos anos, para onde queremos ir, mas dá muito trabalho. Isto representa o que muita gente do futsal tem feito. A nós cabe-nos aglutinar isto e fazer com que tenhamos direção para poder tocar o céu. É para continuar a tocar. Queremos sustentar isto. O título europeu não podia ser algo caído, podia ser algo geracional, mas não vai ser. Hoje correu bem, pode haver alturas que não corram. É neste patamar que queremos andar.
O que sente neste momento? É satisfação. Hoje é um dia tão feliz para Portugal, para o desporto português. Não temos que usar nada de negativo. Temos conseguido feitos fantásticos. Sempre foi esta a nossa alma. Nós temos muita paixão por este país. Cai-se na tendência de achar que outros são melhores, mas não são. Tudo o que conseguimos na vida, depende de nós. Portugal já demonstrou que, quando depende de nós, treinar muito e ser resiliente, temos conseguido coisas muito giras. Fico feliz por o futsal fazer parte do topo do Mundo. Sou o homem mais feliz do Mundo.
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