O Clássico entre FC Porto e Sporting (2-2) prometia ser eletrizante e a noite de sexta-feira comprovou isso mesmo. Aliás, foi tão eletrizante que acabou da pior forma com uma cena lamentável a tomar conta do relvado após o apito final. Jogadores, elementos das equipas técnicas, dirigentes e até elementos externos ao jogo (imagine-se) travaram-se de razões e trocaram empurrões. A confusão foi geral e originou uma série de consequências altamente negativas que ofuscaram, quase por completo, aquilo que de bom se passou dentro do relvado.
Vamos, por isso, direcionar baterias para aquilo que realmente interessa: o futebol jogado. E nesse campo, o mais importante, não faltaram craques a brilhar. É verdade que o empate acaba por ser o resultado que menos interfere na tabela classificativa, uma vez que mantém os rivais separados por seis pontos, mas dentro de campo estiveram duas equipas que tentaram ganhar.
O Sporting revelou ser melhor na primeira metade, mas o FC Porto recuperou de uma desvantagem de dois golos e ficou à beira de assinar uma remontada memorável. Pelo meio, Coates foi expulso e o jogo tornou-se de sentido único.
Vamos aos protagonistas que mais importam.
A figura
Fábio Vieira assumiu papel preponderante neste Clássico de alta voltagem. Foi das melhores unidades do FC Porto e ficou ligado aos dois golos portistas. Primeiro, assistido por Taremi, marcou um belo golo, para depois devolver a assistência com uma jogada individual de grande qualidade que culminou com um cruzamento açucarado que o iraniano desviou para dentro da baliza leonina. Está a ganhar um lugar cativo no onze do FC Porto com todo o mérito. Joga e faz jogar.
⌚️Apito final: FCP 2-2 SCP
— playmakerstats (@playmaker_PT) February 12, 2022
️No s.XXI pela primeira vez dois jogadores marcam e assistem no mesmo clássico entre FC Porto e Sporting:
️Fábio Vieira < 🇮🇷Taremi
️Taremi > 🇵🇹Fábio Vieira pic.twitter.com/VYwomjuuS3
A surpresa
Antonio Adán é guarda-redes de equipa grande e no Dragão voltou a demonstrá-lo. Na hora de maior perto, o guardião espanhol disse presente e já nos descontos evitou aquele que seria o golo da remontada portista. É uma das figuras de primeiro plano do Sporting e é sinónimo de tranquilidade e segurança na retaguarda leonina.
A desilusão
Galeno foi a primeira aposta de Sérgio Conceição assim que o Sporting ficou reduzido a dez unidades. No entanto, o extremo brasileiro não conseguiu oferecer nada ao jogo. Foi facilmente anulado por Ricardo Esgaio e teve várias oportunidades para conseguir criar perigo. A missão de substituir Luis Díaz é quase impossível, mas Galeno terá de fazer mais e melhor do que aquilo que demonstrou ontem. Não chega para ser titular do FC Porto.
Os treinadores
Sérgio Conceição
Apostou em Taremi ao invés de Pepê e fez regressar Uribe e João Mário, deixando o FC Porto teoricamente mais forte e apetrechado para enfrentar o Sporting. No entanto, o conjunto portista voltou a revelar fragilidades defensivas e alguns problemas na hora de finalizar. Sim, o FC Porto teve mais bola e criou mais lances de perigo, mas faltou alguma eficácia para transformar as ocasiões em golos.
Rúben Amorim
Sem Pote e Porro, apostou em Nuno Santos e Ricardo Esgaio. A verdade é que na primeira parte nem se sentiu a falta dos dois jogadores. No segundo tempo, o Sporting acabou por baixar o rendimento até porque a expulsão de Coates tornou tudo mais complicado. Ainda assim, os leões souberam sofrer e impediram o rival FC Porto de elevar para nove a vantagem pontual. Isto, claro, tendo em conta que ficaram a jogar com dez jogadores praticamente no início da segunda parte.
O árbitro
O Clássico depressa ficou descontrolado e o árbitro João Pinheiro também teve culpas no cartório. Não soube segurar o jogo no momento devido e o primeiro cartão amarelo (injustamente) mostrado a Coates acabaria por ter influência direta no desfecho da partida. Noite para esquecer para João Pinheiro e toda a equipa de arbitragem. Não estiveram à altura de um Clássico.
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