Paulo Fonseca concedeu, esta quinta-feira, uma entrevista à estação televisiva britânica Sky Sports, na qual detalhou a "viagem de 30 horas" que fez de Kyiv para a Roménia, onde conseguiu, por fim, apanhar um voo de regresso rumo a Portugal, na companhia da família.
O treinador português assume que o percurso "foi perigoso", e relatou aquilo por que passou: "Vi, muitas vezes, as tropas da Ucrânia a passar na estrada. Nós parámos e ouvimos os alarmes, muitas vezes, e havia muito trânsito. Passámos muito tempo a conduzir a 5 km/h. Durante a viagem, é claro, estivemos em perigo, mesmo conduzindo durante a noite".
"Ouvi os aviões a passar, mas não vi tiroteios nem combates. Viajámos com outra família, um casal com um bebé de seis meses. No final, chegámos à fronteira e sentimo-nos seguros, que foi o mais importante", acrescentou.
A terminar, o ex-técnico da AS Roma lamentou as decisões tomadas por Vladimir Putin: "É difícil falar sobre uma pessoa que quer matar um país e de pessoas que não merecem passar por aquilo que estão a passar. É muito injusto".
"As pessoas na Ucrânia só querem paz. Estou a ver toda a Europa a tentar ajudar toda a gente. Percebo a situação política, mas tenho de dizer que não é suficiente. Não sei o que mais podemos fazer, mas temos de fazer mais", completou.
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