Rúben Amorim disse, esta sexta-feira, em conferência de imprensa, acreditar que uma vitória sobre o Arouca pode ser o que falta ao Sporting para dar início a uma série positiva de resultados. O treinador leonino 'fintou', ainda, uma questão sobre o suposto interesse em Hidemasa Morita, do Santa Clara, e explicou o que falta a Marcus Edwards.
Marcus Edwards ainda tímido: É normal, a responsabilidade é diferente e ele sente. Não teve tanto tempo para treinar e isso retira-lhe rotinas. É um jogador que precisa de muita confiança de toda a gente à volta. Se calhar, no Vitória, sentia-se mais à vontade para perder a bola, e aqui os colegas são mais chatos com ele. Tudo à volta do jogador é importante para gerirmos isso. O Ugarte também demorou muito tempo a adaptar-se à equipa, e, de repente, houve um clique e conseguiu crescer. É isso que vai acontecer com o Edwards. Foi importante trazê-lo já em dezembro para fazer esse trabalho e, depois, na próxima época sentir-se em casa. Pensamos no presente e no futuro. O Edwards tem tempo para demonstrar toda a sua qualidade, e acredito que vai fazê-lo.
Equipa demasiado ansiosa: É o momento mais desafiante porque tivemos um ano com três competições, onde saímos mais cedo de uma e ganhámos as outras duas. Este é o momento mais desafiante. A equipa, às vezes, está mais ansiosa. Desde o momento em que ficámos em desvantagem no campeonato que a equipa ficou mais ansiosa, talvez porque o treinador também fica mais ansioso no banco... É falta de hábito, mas acho que nos faz bem. Não faz bem aos adeptos e ao clube, mas eu tenho de passar por isto e os jogadores também. Faz-nos crescer.
Razia no meio-campo abre espaço aos jovens: Apesar de não ser o momento certo em termos de momento da equipa, a equipa não perde a identidade, e é sempre a oportunidade de poder lançar algum miúdo. Não sei se o vamos fazer esta semana.
Confusão no Dragão prejudicou: Acho que não tem ligação. Saímos desse jogo com boas sensações. O jogo com o Manchester City foi marcante para a equipa, mas ganhámos ao Estoril por 3-0. Fomos à Madeira e aí sentíamos. Devíamos ter e era importante ganhar, e depois percebeu-se o porquê. Essas coisas deixam algumas sensações na equipa. Perder em casa para a Taça quando ninguém esperava, num objetivo que queremos alcançar, tem impacto nos jogadores, é normal. Agora, é possível atingirmos esses objetivos. Se tivermos isso na cabeça, é possível. Temos de vencer o Arouca, que nos dá essa pequena sensação de termos ganho. Depois, partimos por aí. Se pensarmos mais à frente, não podemos ir por aí. De sensação em sensação, vamos dar a volta a isso.
O que é preciso melhorar: No ano passado, sofríamos muito mais nos jogos, e agora não estamos a aguentar porquê? São essas coisas que vamos atrás, sabendo que, às vezes, não tem explicação. A verdade é que tivemos jogos muito piores no ano passado e conseguíamos marcar um golo. Da mesma forma que, no ano passado, disseram que havia a estrelinha, este ano não me quero esconder atrás do azar. Não merecíamos ter perdido pontos com Sporting de Braga e Marítimo. Há coisas que podemos melhorar. Podíamos ter sido muito melhores contra o FC Porto. Há que entender isso e trabalhar com os jogadores. Na definição está o grande problema de alguns resultados que tivemos, assim como defensivamente.
Como tem sido gerir o plantel: É mais difícil para eles, talvez sintam mais no treinador. Temos de ter noção do que se passou nos jogos. Focámo-nos no que temos de melhorar, e temos de melhorar em vários aspetos. O ambiente vai estar sempre assim. Apesar de ser um treinador com pouca experiência, fui jogador durante muitos anos e consigo reconhecer isso nos jogadores. É retirar o que devíamos ter feito de melhor. É uma equipa que não está habituada a ter estas fases. Está tudo em aberto. Está mais difícil, não há como escondê-lo e os jogadores sentem, mas é possível, e, enquanto o for, é sempre suficiente para as equipas se excederem.
Consequências físicas e anímicas na equipa: Os jogadores dão tudo o que têm. Já tivemos série de jogos em que não tínhamos espaço para treinar, mas, como ganhávamos, não se notava muito. É o futebol. É mais fácil a ganhar, recupera-se mais facilmente do ponto de vista físico, os jogos não têm tanto impacto, as sensações são boas... É um aspeto mais psicológico, mas todas as equipas passam por isso. O nosso foco é que somos capazes de vencer o próximo jogo e o outro. É encarar com normalidade. É sempre um peso grande ter essas séries de resultados, mas podemos encaminhar para uma série grande de vitórias.
Série de resultados cria pressão: Sabemos da responsabilidade que temos, mas não há pressão extra. Temos sempre de ganhar. O importante é que estes cinco jogos já passaram. Da mesma maneira que tivemos séries longas de vitórias e nunca demos importância a isso, não temos de dar importância aos resultados que já passaram, porque já não podemos fazer nada em relação a isso. Os objetivos estão mais difíceis. A Liga dos Campeões está fechada. A Taça de Portugal e a I Liga estão difíceis, mas não estão impossíveis. Longe disso. É nisso que temos de nos focar. Temos de vencer, tal como tínhamos de vencer no ano passado, quando tínhamos dez pontos de avançado. Essa é sempre a obrigação, porque é o peso de um clube grande.
Interesse em Morita: Em relação ao mercado, só vou falar na próxima época. Depende também dos resultados, se cá estiver ou não, mas espero cá estar para responder a muitas perguntas sobre isso.
Lesões no plantel: João Palhinha não vai estar nos próximos dois jogos, de certeza. Depois, o resto, é uma incógnita. O Daniel Bragança até pode ser um bocadinho mais ou menos. Não me quero alongar sobre isso. O resto, está disponível para um jogo difícil, contra uma equipa que cresceu bastante, mesmo na forma de jogar com bola. Fazemos a observação e a equipa cresceu bastante. O David Simão veio dar qualidade ao meio-campo. Têm três jogadores na frente que são fortes nas transições, daí talvez os melhores resultados fora. Eles não vivem só disso, mas têm uma grande capacidade. Fizeram um grande jogo em Guimarães, o que não é fácil. Esperamos um jogo muito difícil, mas temos de ganhar. Estamos preparados para vencer. Sabemos que eles são perigosos nas transições e que vão estar confortáveis num jogo sem responsabilidade. Nós temos de ir atrás do jogo e vencer, como sempre.
Antevisão
Ultrapassada que está a derrota na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, diante do FC Porto, por 1-2, o Sporting regressa, já este sábado, à ação na I Liga, onde terá pela frente o Arouca, no estádio de Alvalade.
Antes disso, esta sexta-feira, Rúben Amorim irá passar pela sala de imprensa da Academia de Alcochete, onde irá antever a partida da 25.ª jornada do campeonato português.
Fique com o Desporto ao Minuto e acompanhe, a partir das 14h00 (hora de Portugal Continental), a conferência de imprensa do treinador dos leões.
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