Passado o Clássico da Taça de Portugal, o Sporting vai ter já neste sábado novo encontro, agora para a I Liga. Os leões vão receber o Arouca, em partida a contar para a 25.ª jornada do campeonato.
O atual campeão nacional vai ter pela frente o 15.º classificado que terá de fazer pela vida para fugir da cauda da tabela. Já o Arouca vai enfrentar uma equipa que terá de 'dar corda ao sapato' para voltar a colar-se ao FC Porto na liderança da I Liga. Não será descabido de todo dizermos que será um jogo de aflitos... em polos e circunstâncias diferentes. A nove jogos de terminar a edição 2021/22 da I Liga, leões e arouquenses correm pelas suas causas.
Diz o registo que o Sporting já venceu o Arouca nesta temporada por 2-1, mas os mais atentos não aceitarão que se fale em favas contadas. A equipa da casa deu grande trabalho ao campeão nacional que teve de correr o dobro para fugir ao empate. A equipa arouquense tem vindo a crescer neste ano de 2022 e, apesar de não ter vencido os dois jogos, deu luta a Benfica e FC Porto durante 90 minutos.
O Sporting-Arouca joga-se neste sábado, a partir das 20h30, no Estádio de Alvalade.
Treinadores em discurso direto
Rúben Amorim
Marcus Edwards ainda tímido: É normal, a responsabilidade é diferente e ele sente. Não teve tanto tempo para treinar e isso retira-lhe rotinas. É um jogador que precisa de muita confiança de toda a gente à volta. Se calhar, no Vitória, sentia-se mais à vontade para perder a bola, e aqui os colegas são mais chatos com ele. Tudo à volta do jogador é importante para gerirmos isso. O Ugarte também demorou muito tempo a adaptar-se à equipa, e, de repente, houve um clique e conseguiu crescer. É isso que vai acontecer com o Edwards. Foi importante trazê-lo já em dezembro para fazer esse trabalho e, depois, na próxima época sentir-se em casa. Pensamos no presente e no futuro. O Edwards tem tempo para demonstrar toda a sua qualidade, e acredito que vai fazê-lo.
Equipa demasiado ansiosa: É o momento mais desafiante porque tivemos um ano com três competições, onde saímos mais cedo de uma e ganhámos as outras duas. Este é o momento mais desafiante. A equipa, às vezes, está mais ansiosa. Desde o momento em que ficámos em desvantagem no campeonato que a equipa ficou mais ansiosa, talvez porque o treinador também fica mais ansioso no banco... É falta de hábito, mas acho que nos faz bem. Não faz bem aos adeptos e ao clube, mas eu tenho de passar por isto e os jogadores também. Faz-nos crescer.
Razia no meio-campo abre espaço aos jovens: Apesar de não ser o momento certo em termos de momento da equipa, a equipa não perde a identidade, e é sempre a oportunidade de poder lançar algum miúdo. Não sei se o vamos fazer esta semana.
O que é preciso melhorar: No ano passado, sofríamos muito mais nos jogos, e agora não estamos a aguentar porquê? São essas coisas que vamos atrás, sabendo que, às vezes, não tem explicação. A verdade é que tivemos jogos muito piores no ano passado e conseguíamos marcar um golo. Da mesma forma que, no ano passado, disseram que havia a estrelinha, este ano não me quero esconder atrás do azar. Não merecíamos ter perdido pontos com Sporting de Braga e Marítimo. Há coisas que podemos melhorar. Podíamos ter sido muito melhores contra o FC Porto. Há que entender isso e trabalhar com os jogadores. Na definição está o grande problema de alguns resultados que tivemos, assim como defensivamente.
Como tem sido gerir o plantel: É mais difícil para eles, talvez sintam mais no treinador. Temos de ter noção do que se passou nos jogos. Focámo-nos no que temos de melhorar, e temos de melhorar em vários aspetos. O ambiente vai estar sempre assim. Apesar de ser um treinador com pouca experiência, fui jogador durante muitos anos e consigo reconhecer isso nos jogadores. É retirar o que devíamos ter feito de melhor. É uma equipa que não está habituada a ter estas fases. Está tudo em aberto. Está mais difícil, não há como escondê-lo e os jogadores sentem, mas é possível, e, enquanto o for, é sempre suficiente para as equipas se excederem.
Consequências físicas e anímicas na equipa: Os jogadores dão tudo o que têm. Já tivemos série de jogos em que não tínhamos espaço para treinar, mas, como ganhávamos, não se notava muito. É o futebol. É mais fácil a ganhar, recupera-se mais facilmente do ponto de vista físico, os jogos não têm tanto impacto, as sensações são boas... É um aspeto mais psicológico, mas todas as equipas passam por isso. O nosso foco é que somos capazes de vencer o próximo jogo e o outro. É encarar com normalidade. É sempre um peso grande ter essas séries de resultados, mas podemos encaminhar para uma série grande de vitórias.
Série de resultados cria pressão: Sabemos da responsabilidade que temos, mas não há pressão extra. Temos sempre de ganhar. O importante é que estes cinco jogos já passaram. Da mesma maneira que tivemos séries longas de vitórias e nunca demos importância a isso, não temos de dar importância aos resultados que já passaram, porque já não podemos fazer nada em relação a isso. Os objetivos estão mais difíceis. A Liga dos Campeões está fechada. A Taça de Portugal e a I Liga estão difíceis, mas não estão impossíveis. Longe disso. É nisso que temos de nos focar. Temos de vencer, tal como tínhamos de vencer no ano passado, quando tínhamos dez pontos de avançado. Essa é sempre a obrigação, porque é o peso de um clube grande.
Lesões no plantel: João Palhinha não vai estar nos próximos dois jogos, de certeza. Depois, o resto, é uma incógnita. O Daniel Bragança até pode ser um bocadinho mais ou menos. Não me quero alongar sobre isso. O resto, está disponível para um jogo difícil, contra uma equipa que cresceu bastante, mesmo na forma de jogar com bola. Fazemos a observação e a equipa cresceu bastante. O David Simão veio dar qualidade ao meio-campo. Têm três jogadores na frente que são fortes nas transições, daí talvez os melhores resultados fora. Eles não vivem só disso, mas têm uma grande capacidade. Fizeram um grande jogo em Guimarães, o que não é fácil. Esperamos um jogo muito difícil, mas temos de ganhar. Estamos preparados para vencer. Sabemos que eles são perigosos nas transições e que vão estar confortáveis num jogo sem responsabilidade. Nós temos de ir atrás do jogo e vencer, como sempre.
Armando Evangelista
Adversário: "Sabemos que o Sporting vai ter uma entrada fortíssima e vai querer resolver o jogo o mais rápido possível, mas temos de ter a capacidade de sofrimento. Não vamos sair derrotados de Arouca".
Influência do Clássico: "Não sabemos se esses resultados vão funcionar como motivação acrescida, para darem uma imagem do real valor da equipa, ou se vai ser um fator menos positivo que os possa inibir. Acredito que vamos ter um Sporting forte a querer dar uma imagem diferente".
Hipóteses de vencer: "Estando o Sporting num extremo da tabela e o Arouca no outro, isso não define o resultado final porque há outros fatores que também entram na equação. Acredito que temos alguma percentagem de fazer um bom jogo e um bom resultado".
Últimos onzes
Sporting: Adán; Inácio, Coates, Neto; Porro, Ugarte, Matheus Nunes, Matheus Reis; Sarabia, Nuno Santos, Paulinho.
Arouca: Victor Braga; Thales, João Basso, Galovic, Quaresma; Eboué, David Simão, Pedro Moreira; Bukia, Antony, André Silva.
Últimos resultados
Sporting: E-D-V-E-D
Arouca: E-D-D-V-E
Ausências
Sporting: Palhinha, Pedro Gonçalves, Daniel Bragança.
Arouca: Fernando Castro, Wellington Nem, Eboué, Moses, Dabbagh, Velázquez.
Leia Também: "A Taça de Portugal e a I Liga estão difíceis, mas não estão impossíveis"